O Corinthians tinha de vencer, por qualquer placar, para estancar a crise. E conseguiu: fez 2 a 0 em cima do Atlético-MG, nesta quarta-feira, no Itaquerão, e largou na frente no confronto de quartas de final da Copa do Brasil. A equipe poderá perder por um gol de diferença no dia 15, em Belo Horizonte, para ir às semifinais.
Foi um grande resultado para uma equipe e, sobretudo, para um técnico que, na véspera da partida, viram um grupo de torcedores ir ao CT protestar contra os resultados ruins no Campeonato Brasileiro. Em nenhum momento, no entanto, sentiu-se um clima de tensão no Itaquerão. A torcida apoiou o time do começo ao fim – mesmo quando o jogo estava complicado, no segundo tempo. Mas é claro que sair na frente elevou o moral da equipe.
Foi graças a Guerrero, aplaudido e reverenciado ao deixar o gramado. Ele marcou o primeiro gol e esteve presente na jogada do segundo, feito por Luciano, já na etapa final. O peruano, artilheiro do Itaquerão, chegou ao seu 36.º gol com a camisa do Corinthians e superou por um gol o ídolo Ronaldo Fenômeno.
Guerrero abriu o placar para o Corinthians ainda no primeiro tempo Foto: Alex Silva/Estadão
Após Guerrero abrir o placar, aos 24 minutos, o Corinthians melhorou. O time passou a jogar com inteligência pelo lado direito do ataque. Renato Augusto saiu da faixa central e passou a se movimentar. Foi ele – e não Fagner, o lateral – quem cruzou para Guerrero cabecear. Caprichosamente, a bola ganhou altura, encobriu Victor e bateu duas vezes na trave antes de cruzar a linha final.
Mano Menezes acertou ao posicionar seus dois atacantes nas beiradas do campo. O jogo foi ganho assim, seja nos lançamentos longos, partindo dos zagueiros, ou na base do toque de bola. Petros, Elias e Bruno Henrique formaram uma trinca de volantes que marcava em seu campo, mas também se transformava em opção de saída de bola – Petros pela esquerda, Bruno pelo meio e Elias pela direita.
O segundo gol só não saiu antes do intervalo porque Victor fez uma grande defesa ao desviar para escanteio um chute de Petros. Em outro lance, Malcom, se tivesse cortado o zagueiro no momento certo, ficaria em condições de marcar. O Atlético também fez um bom primeiro tempo e teria saído na frente se Gil não tivesse evitado o gol em cima da linha. Foi o único lance nos primeiros 45 minutos em que a defesa corintiana parou.
O Galo foi só Diego Tardelli, que foi atacante e meia. Movimentou-se de uma ponta a outra e incomodou tanto Fagner quanto Fábio Santos. No início do segundo tempo, até os 15 minutos, o Corinthians recuou e assistiu ao Atlético se impor e tocar mais a bola.
Na defesa corintiana, mais problemas. Gil esbravejou e reclamou com todos quando o time perdeu a bola no meio de campo e Tardelli, rápido, ficou perto de empatar o jogo em um contra-ataque. Aos 34, Dátolo acertou a trave, mas, dois minutos depois, Luciano, que entrou no lugar de Malcom, fez 2 a 0 e provou que o Corinthians joga melhor contra grandes adversários.
FICHA TÉCNICA:
CORINTHIANS 2 x 0 ATLÉTICO-MG
CORINTHIANS - Cássio; Fagner, Gil, Anderson Martins e Fábio Santos; Bruno Henrique, Elias, Petros e Renato Augusto (Danilo); Malcom (Luciano) e Guerrero (Ángel Romero). Técnico: Mano Menezes.
ATLÉTICO-MG - Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva (Edcarlos), Jemerson e Douglas Santos; Josué, Leandro Donizete, Dátolo e Guilherme (André); Carlos (Luan) e Diego Tardelli. Técnico: Levir Culpi.
GOLS - Guerrero, aos 24 minutos do primeiro tempo. Luciano, aos 36 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Elias, Leonardo Silva, Luan, Josué, Petros, Cássio, Marcos Rocha.
ÁRBITRO - Péricles Bassols Pegado Cortez (Fifa/RJ).
RENDA - R$ 1.495.296,00
PÚBLICO - 27.457 pagantes (27.781 no total).
LOCAL - Itaquerão, em São Paulo (SP).
