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Delator de Carlos Nuzman cobra nova direção do COB

Eric Maleson pediu uma intervenção do COI no Comitê Olímpico Brasileiro em 2012 mas foi orientado a buscar um 'acordo amigável

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Por Jamil Chade e correspondente na Suíça
Atualização:

GENEBRA - Eric Maleson, o dirigente que revelou à Justiça francesa as denúncias sobre a suposta compra de votos por parte da Rio-2016, cobra a nova administração do Comitê Olímpico Brasileiro por uma solução para a crise entre sua entidade Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) e o COB. + Após prisão de Nuzman, vice de conselho assume Comitê Rio-2016 por até seis meses

+ Secretária de Nuzman entrega computador pessoal à Lava Jato Maleson, que hoje vive nos EUA, afirma ter sido alvo de uma campanha por parte de Nuzman para o afastar, depois que o dirigente passou a questionar o então presidente do COB e votar contra sua reeleição. 

Nuzman (esquerda) na sede da PF, no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Junior/Estadão

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Em uma carta enviada nesta semana ao novo presidente do COB, Paulo Wandeley Teixeira, ele solicita "cooperação" na "correção de ações criminosas praticadas pelo ex-presidente Nuzman, que trouxeram grande prejuízo a CBDG".

Maleson revela que, ainda em 2012, pediu uma intervenção do COI, que o sugeriu chegar a um acordo "amigável com o COB". "Infelizmente, esse acordo não foi possível na época devido ao "modus operandis" do Sr. Nuzman", diz a carta.

"Nunca uma entidade foi tao covardemente atacada como a CBDG. As ações do Sr. Nuzman foram de uma perversidade indescritível, disse. "Invadiram nossa sede, convidaram um atleta do Atletismo (Edson Bindilatti) para entrar com um processo fraudulento e de má fé com o objetivo de afastar o seu único opositor", alega.

A carta é acompanhada por documentos que a Comissão de Atletas enviou pedindo ao COB a liberação de verbas, apontando que não existiam irregularidades. Os documentos também incluem uma declaração da atleta Fabiana Santos, que foi convidada por Edson Bindilatti para que entrasse junto com ele no processo. Ela se recusou. 

Maleson aponta que, em 2012, foi o único presidente de confederações a votar contra Nuzman em uma de suas reeleições. "Agora, cinco anos passados, eu retorno à presidência do COB, mais uma vez, para pedir a correção de todas as ações destrutivas que foram realizadas contra mim e a CBDG", disse.

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A carta ainda termina com uma pergunta a Teixeira: "Podemos contar com a sua presidência no sentido de resolvermos esse assunto dentro dos Valores Olímpicos que pregamos?". 

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