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Depoimento de um lusitano: 'Nosso sentimento é o da perda de um parente'

Torcedor fanático fala sobre a angústia de ver a Portuguesa em decadência e sem calendário para atuar

Por Beto Freire
Atualização:

Infelizmente, a torcida está diminuindo. A cada um que morre, dificilmente vai ter outro novo. Como você convence um garoto, que nem os meus, a torcer por um time que agora foi expurgado? Vai torcer como? Não vê na TV quase, não tem notícia no rádio, no jornal, fica muito difícil. O esporte é a vitória, precisa ganhar. Meu filho mais velho, que jogou nas escolinhas da Lusa, já não vê mais o jogo. Ele diz: "Para que, pai, não vai ganhar mesmo?". 

Após o caso Héverton a Portuguesa só foi para baixo. Isso eu gostaria de deixar registrado: eu não sei se a Portuguesa vai morrer, mas se morrer, será sempre um cadáver insepulto. Para mim ver a Portuguesa é sempre uma alegria, quando ganha, quando perde. O importante é estar jogando.

Beto Freire sofre ao ver a decadência da Portuguesa Foto: Reprodução/TV Estadão

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Alguns torcedores da Portuguesa dizem: "Morreu, acabou". Nosso sentimento é o da perda de um parente. Alguns dizem que é como perder o pai ou mãe. Muitos já desistiram, porque sabem que o clube sozinho não tem condição de sair dessa situação. A Portuguesa hoje, sozinha, não volta para o lugar de onde foi tirada. As pessoas acham que o clube morreu. Eu não acho. 

A Portuguesa precisa de ajuda. Ela não precisa de uma muleta agora, mas de um guindaste, de alguém que vai lá, de empresas com capacidade financeira e técnica e ajudem. Tem que puxar com muita força, porque algumas mãos ainda puxam para baixo.

A Portuguesa agrega, é uma marca bonita, o time de todos. É um patrimônio da cidade. A Portuguesa precisa continuar navegando como os navegadores chegaram aqui antigamente.

* Torcedor da Portuguesa e profissional liberal

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