Dérbi de sábado deixa ansiosos 'estreantes' de Corinthians e Palmeiras

Jogadores como Lucas Lima e Júnior Dutra vão disputar pela primeira vez na carreira o clássico, que já tem 33 mil ingressos vendidos

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Por Ciro Campos e Daniel Batista
Atualização:

Além da ansiedade habitual de um clássico, para alguns jogadores de Corinthians e Palmeiras o encontro de sábado, pelo Campeonato Paulista, guarda uma expectativa extra. Titulares das equipes como Júnior Dutra, Marcos Rocha e Lucas Lima vão experimentar pela primeira vez a centenária rivalidade do futebol paulista.

O clássico na Arena Corinthians dará aos estreantes uma experiência nova, mesmo para quem tem no currículo outros encontros regionais. É o caso de Lucas Lima. "Palmeiras e Corinthians fazem o maior clássico de São Paulo. Claro que na época que estava no Santos a rivalidade entre Palmeiras e Santos aumentou, mas sempre vi o dérbi como um grande jogo em São Paulo e no Brasil", comentou o meia do Palmeiras.

Júnior Dutra e Lucas Lima vão jogar o dérbi pela primeira vez Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians e Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Nesta quarta-feira, o jogador lembrou ter no currículo, em seus anos de Vila, bom retrospecto diante do rival alvinegro. "Sempre fiz grande jogos contra o Corinthians", disse. No último deles, em setembro do ano passado, o meia fez um gol na vitória por 2 a 0, em Santos.

Há outros palmeirenses que também vivem a expectativa do primeiro dérbi paulista. Dos titulares, o lateral Marcos Rocha e o zagueiro Antônio Carlos – que saiu da base do Corinthians – jamais atuaram no confronto. “Acredito que o clássico vale mais do que os três pontos. É um dos maiores duelos da América do Sul”, defendeu o ex-atleticano Marcos Rocha.

O meia Scarpa está na mesma condição de Marcos Rocha. Já fez clássicos no Rio, mas nunca jogou o dérbi. Vindo do Fluminense, no entanto, o jogador deve ficar no banco de reservas.

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O dérbi paulista será uma novidade também para o gaúcho Roger Machado. O técnico disse semanas atrás, pouco antes do confronto com o Santos, gostar da experiência de vivenciar no futebol de São Paulo mais de um clássico regional, diferentemente dos tempos do Rio Grande do Sul, entre Grêmio e Inter.

Seu colega Carille já sentiu o sabor de um dérbi, mas há atletas sob o seu comando no Corinthians que vão experimentar o clássico pela primeira vez. A lista de calouros corintianos é menor. O atacante Júnior Dutra é o único titular a não ter disputado um Corinthians e Palmeiras. O lateral Capixaba, ex-Bahia, também nunca participou do confronto, mas é dúvida para o jogo – ele se recupera de lesão. O volante Renê Júnior, outro debutante, ficará no banco, assim com o meia Mateus Vital.

MISTÉRIO

Apesar disso, pelo menos na preparação a tensão é maior do lado corintiano. Hoje pela manhã Carille comanda seu primeiro treino fechado. Não quer que ninguém veja o que está tramando. O duelo com o Palmeiras será assunto no time a partir desta quinta-feira, quando o clube apresentar o zagueiro Marllon e o atacante Matheus Matias, as novas contratações.

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O time está há três rodadas sem vencer no Paulistão, com duas derrotas e um empate, mas se apega ao passado para acreditar em reabilitação a partir de sábado. Foi diante do Palmeiras, na Arena, em fevereiro de 2017, que o Corinthians superou o rival e ganhou confiança para iniciar sequência de bons resultados até o título estadual. Cerca de 33 mil ingressos já foram vendidos.

HENRIQUE

O clássico deste sábado será especial para o zagueiro Henrique. Após participar de vários dérbis pelo Palmeiras, o defensor vai atuar pela primeira vez no lado corintiano do clássico e espera estrear tendo melhor sorte do que teve quando vestia a cor verde na partida.

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Somando as duas passagens que teve pelo Palmeiras, o defensor participou de sete clássicos. Foram duas vitórias, dois empates e três derrotas. Ele defendeu o Palmeiras em 2008 e depois voltou para jogar entre 2011 e 2014. Ganhou o Paulista (2008), a Copa do Brasil (2012) e a Série B (2013). Em sua apresentação no Corinthians, o zagueiro se negou até mesmo a citar o nome do antigo clube.

ANÁLISE

Clássico tem sempre um significado especial, por Raphael Ramos

"A senhora não sabe o que é um Parmera x Curintia!" A frase dita há 20 anos pelo ator Lima Duarte à personagem vivida por Marisa Orth no filme Boleiros, dirigido pelo craque e colunista do Estado Ugo Giorgetti, é relembrada toda vez que os arquirrivais se enfrentam. E não é por menos.

Não importa a competição, o peso de um Palmeiras x Corinthians é imensurável. É o típico confronto capaz de mudar para sempre a vida de um jogador.

Heróis e vilões surgiram no dérbi. O que seria de Marcos se não tivesse tido uma atuação monumental contra o Corinthians na Libertadores de 1999? Talvez não seria “santo”. E Marcelinho? O que seria dele sem o golaço na final do Paulista de 1995? Certamente nunca seria chamado de “Pé de Anjo” pela Fiel.

Agora, ambos fazem parte do passado e o clássico de sábado surge como uma nova oportunidade para os jogadores do presente se consagrarem.

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