Desembarque do Irã inaugura esquema de segurança em SP

Chegada da primeira das 15 seleções que ficarão no Estado teve força tarefa entre Polícias e Exército, além de helicóptero

PUBLICIDADE

Por Ciro Campos
Atualização:

SÃO PAULO - São Paulo testou nesta terça-feira pela primeira vez o esquema especial de segurança para seleções da Copa do Mundo. O Irã foi a primeira a chegar das 15 equipes que vão se hospedar no Estado e mobilizou a ação conjunta das Polícias Militar, Civil, Federal, Rodoviária e até do Exército. Do desembarque, em Cumbica, até a entrada no hotel, localizado ao lado do aeroporto, a delegação se locomoveu cercada de segurança. O voo saiu de Dubai e pousou em Guarulhos às 16h15. Os iranianos fizeram o processo de imigração em um ambiente separado e não chegaram a passar pelo saguão. Depois de 1h30, o grupo embarcou no ônibus, que foi escoltado por cerca de 12 batedores da Polícia Militar, além de viaturas da Polícia Federal e acompanhamento de três caminhões do Exército. O trânsito foi impedido para a passagem dos iranianos e a ação teve ainda o apoio de um helicóptero.

Iranianos desembarcaram em Guarulhos sob forte esquema de segurança Foto: José Patrício/Estadão

A duração do caminho até a concentração, em Guarulhos, foi de cinco minutos. O trajeto curto e a ausência de torcedores garantiram o trabalho tranquilo. Apenas a imprensa acompanhou a chegada do elenco, que de dentro do ônibus acenou e filmou os primeiros momentos no Brasil. O Irã vai treinar no CT do Corinthians e ainda não divulgou o calendário de atividades. O único compromisso confirmado é um jogo-treino contra Trinidad e Tobago, no domingo, também no CT. A estreia da equipe será no dia 16, contra a Nigéria, em Curitiba. "Viemos do outro lado do mundo e por isso viemos antes para começar a preparação. Conquistamos o direito de competir contra os melhores e agora é hora de disputar", disse ao site da Fifa o técnico da equipe, o português Carlos Queiroz, logo após o desembarque. Mesmo pouco badalada, a seleção do Irã é uma das que vai receber atenção maior da Polícia Militar. O mesmo vai acontecer com Estados Unidos, Rússia, Japão e França. "Por questões geopolíticas, essas delegações são mais delicadas e vão precisar ter mais o nosso cuidado", explicou o capitão Sérgio Marques.

Seleção iraniana fez questão de posar para fotos na chegada ao hotel em Guarulhos Foto: Vinícius Fonseca/Comitê Paulista

Porém, outros deslocamentos nos próximos dias prometem complicar o trânsito das rodovias. A próxima chegada, por exemplo, será da Costa do Marfim, na sexta-feira. A equipe vai desembarcar em Campinas e seguir de ônibus até Águas de Lindoia, a cerca de 90 km de distância, onde ficará concentrada durante a Copa do Mundo. "Toda seleção será escoltada em média por dez policiais militares em qualquer deslocamento que fizer", disse o capitão da PM. A Secretaria de Segurança Pública afirmou que, por detalhes estratégicos, não pode informar qual será o efetivo para a chegada das próximas equipes.REFORÇO O Exército vai participar da segurança das delegações por ordem da presidente Dilma Rousseff, que tomou a medida depois de o ônibus da seleção brasileira ser alvo de protestos no Rio, no dia 26 de maio. Cerca de 4 mil militares já estão distribuídos pelo Estado de São Paulo. Desse total, por volta de 1,7 mil estão como força de contingência para agir somente em casos extremos, a pedido do governador Geraldo Alckmin. "Vamos participar principalmente da escolta de chefes de Estado e de dirigentes da Fifa", afirmou o coronel Ricardo Carmona, do Comando do Exército da Região Sudeste.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.