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Dilma e representantes dos clubes se reúnem para tratar de dívidas

Prorrogação do prazo das agremiações para quitar os seus débitos com a União será discutida no encontro no Palácio do Planalto

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Por Silvio Barsetti
Atualização:

Representantes de 12 clubes do País vão pedir nesta sexta-feira à presidente Dilma Rousseff, em encontro no Palácio do Planalto, ajuda para a aprovação com urgência da lei de refinanciamento das dívidas fiscais dos clubes de futebol do Brasil - que atualmente são superiores a R$ 2,7 bilhões. O principal argumento da comissão, chefiada pelo presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro, é a situação de calamidade financeira dos clubes. O dirigente prometeu detalhar a situação dos clubes, que considera muito grave. Ele vai defender com seus colegas o pagamento das dívidas a longo prazo para que os clubes possam se reorganizar. A intenção do grupo é que haja um período de carência de pelo menos três anos para que eles comecem a saldar os débitos. O temor dos dirigentes é que a proximidade das eleições de outubro deixe passar a oportunidade de aprovação da lei com o texto que avaliam como o mais adequado. Eles querem que esse ponto da discussão seja a prioridade no momento.

Presidente Dilma Rousseff se encontrará com representantes de 12 clubes do País Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Na reunião, outros temas estarão em pauta. Como por exemplo uma mudança na Lei Pelé no que diz respeito à formação de atletas. Os cartolas vão ponderar que precisam ter mais ingerência na vida profissional dos jovens formados em suas categorias de base.

O governo já se disse favorável a essa ideia. Dois dias depois da goleada por 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil, na Copa do Mundo, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ressaltou a necessidade de se modificar a legislação para permitir que jovens menores de 14 anos possam morar nos centros de treinamento dos clubes.

Ele falou também que o País tem de adotar mecanismos para frear o êxodo de garotos para o exterior. "Estamos sempre exportando nossos craques, muitos deles ainda em fase de formação. Parte da nossa geração de jogadores da seleção sub-15 já está no exterior."

Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Flamengo, Botafogo, Internacional, Grêmio, Atlético-MG, Bahia, Santa Cruz e Paysandu, além do Coritiba, vão ter assento à mesa no encontro com a presidente.

Vilson Ribeiro, como porta-voz do grupo, vai dizer a Dilma Rousseff que a contrapartida para o refinanciamento a longo prazo das dívidas seria o cumprimento da lei de responsabilidade fiscal, com a apresentações de certidões negativas, sob pena de o clube não poder disputar torneios oficiais.

Para o economista Pedro Daniel, da consultoria BDO, "muitos clubes correm o risco de não virar o ano se não houver uma renegociação das dívidas".

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Ele esteve presente na reunião do início da semana entre representantes do Bom Senso FC e a presidente e acredita que a compensação que os clubes pretendem propor na reunião desta sexta não é suficiente. "Acho frágil se deter na questão das certidões negativas."

Foi a segunda vez que Dilma se encontrou com atletas do Bom Senso FC no Palácio do Planalto. Ela estava acompanhada dos ministros Aldo Rebelo e Luís Inácio Adams (Advogado Geral da União). Os três ouviram a reivindicação de que a prioridade do pagamento de dívidas seja voltada para os contratos de trabalho.

Na primeira reunião, feita em maio, Dilma afirmou estar "estarrecida com a falta de compromisso" dos clubes brasileiros com o pagamento de salários dos jogadores. Ela se disse empenhada em buscar uma solução rápida, a fim de que a lei seja levada a votação no Congresso antes das eleições.

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