Salários atrasados, ameaça de WO e perigo de ser rebaixado à Série D. Esse era o cenário do Guarani há dois anos. Agora, o time comemora o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro e, com situação financeira um pouco melhor, a meta é continuar se reerguendo para voltar à Série A.
2016 foi positivo para o torcedor bugrino. Por mais que tenha se decepcionado com o fracasso na Série A-2 do Campeonato Paulista, a equipe deu a volta por cima na Terceira Divisão e conseguiu o acesso. O retorno à Série B significa um alívio no caixa. Nesta temporada, sem cotas televisivas e com uma folha mensal de R$ 380 mil, o Guarani não se viu em condições de realizar grandes investimentos. Ainda assim, a redução das dívidas seguiu a todo vapor. O déficit trabalhista que era de R$ 110 milhões, atualmente gira entre R$ 12 e 18 milhões.
O ano que vem promete ser melhor. Com direito a cota de televisão entre R$ 8 e 11 milhões, a diretoria pretende manter boa parte do elenco e realizar contratações pontuais, que ajudem o clube a alcançar o próximo objetivo: voltar à elite paulista.
Com mandato até março de 2017, o presidente Horley Senna já alinhou com seu candidato à eleição no próximo ano, Palmeiron Mendes, planos para manter o time nos trilhos. "Nossa ideia é ter um elenco forte para o Estadual, construindo uma base para a Série B. Estamos trabalhando o planejamento, a montagem do grupo, os atletas que ficarão e os que vão embora", disse.
Quando assumiu o Guarani em 2014, Senna se viu diante de uma situação muito complicada. Com muitas dívidas, o clube fazia campanha ruim na Série C e sofria com o descontentamento de seus funcionários. "Peguei com oito meses de salários atrasados dos funcionários, quatro meses do futebol profissional e um ano das categorias de base", disse o dirigente.
O estádio Brinco de Ouro acabou indo a leilão, sendo adquirido pela Magnum, parceira do clube, em acordo que satisfez Senna. "Foi o melhor para nós. Eles nos darão um novo centro de treinamento, uma nova arena, além de pagar todas as dívidas trabalhistas."
O estádio, aliás, gera grande preocupação na torcida bugrina, que teme ficar sem casa. A possibilidade, contudo, foi descartada pelo presidente. "É uma decisão da Justiça. O Guarani só sai do Brinco de Ouro quando tiver uma nova arena. Para o investidor poder adquirir o patrimônio, tem de dar pro clube um CT e uma arena com capacidade de 12 a 20 mil lugares. Acredito que em três anos nós teremos uma nova casa", ressaltou.
Satisfeito com a gestão, o presidente avalia como positiva sua administração. "Costumo dizer que saímos da UTI, mas ainda estamos no quarto. O time está no caminho certo. Os salários estão em dia, as premiações também. Hoje temos um novo Guarani, ressuscitamos o gigante adormecido", finalizou.