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Dois argentinos são detidos por acusação de racismo no jogo no Rio

Torcedores teriam feito gestos imitando macacos e ofendido brasileiros dentro do Maracanã em partida contra a Bósnia

Por Tiago Rogero
Atualização:

Dois torcedores argentinos foram presos no domingo, dentro do Maracanã, por ofensas racistas contra brasileiros durante o jogo entre Argentina e Bósnia, pela primeira rodada do Grupo F da Copa do Mundo. Após o gol bósnio, no segundo tempo (o jogo terminou em 2 a 1 para a Argentina), os dois teriam feito gestos imitando macacos e chamado torcedores e seguranças do estádio de "macaquitos". Eles foram presos por policiais militares e indiciados por injúria racial na 17ª DP (São Cristóvão), próxima ao estádio no Rio.

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Em depoimento à Polícia Civil, após o jogo, os torcedores brasileiros contaram que estavam sendo incomodados durante toda a partida por um grupo de cinco argentinos que estavam em pé nos corredores das arquibancadas, atrapalhando a visão dos demais espectadores. Um dos brasileiros pediu, então, a ajuda de uma funcionária da Fifa, que pediu aos argentinos para mostrarem seus ingressos. E eles disseram ter perdido os bilhetes.

A polícia acredita estarem os argentinos entre o grupo que, antes do jogo, conseguiu invadir o Maracanã pulando um muro e entrando por uma porta que contava com pouca segurança.

No segundo tempo, a Argentina ganhava por 2 a 0 e a Bósnia diminuiu aos 38 minutos. A torcida brasileira, mesmo em minoria no estádio, começou a gritar "O Maraca é nosso". Os dois argentinos, então, teriam começado a imitar macacos em gestos. Teriam também dito que os "brasileiros eram todos ''macaquitos''", inclusive a dois agentes de segurança privada que trabalham no interior do Maracanã.

O pai de um dos brasileiros, idoso, pediu para ir embora e o filho encontrou com um policial militar na saída da arquibancada. Eles esperaram juntos pela saída dos argentinos, identificaram os dois, que foram presos (um ainda teria tentado fugir, mas foi contido pelo PM).

Na delegacia, Cristian Schinocca afirmou em depoimento que ele e seus amigos estavam "cantando músicas de provocações para os brasileiros, porém não eram canções ofensivas" e que "os brasileiros presentes ao estádio estavam cantando uma canção de xingamento ao jogador Messi" (logo antes do argentino marcar o segundo gol de seu país, a torcida brasileira gritava "Ei, Messi, vai tomar no c.). E, segundo o depoimento do argentino, e eles somente responderam fazendo gestos mostrando o placar do jogo.

Os argentinos ficaram pouco mais de uma hora na delegacia e foram liberados após prestar depoimento. Indiciados por injúria racial, eles podem ser condenados de um a três anos de detenção. Como a polícia ainda investiga o caso, ambos estão liberados para seguir viagem pelo País durante a Copa.

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