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Douglas já superou rivais e até o câncer. Agora quer parar o Palmeiras

Goleiro está emprestado para o time catarinense, mas pertence ao Corinthians

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Por Daniel Batista
Atualização:

O Avaí enfrenta o Palmeiras neste sábado, às 19h, no Allianz Parque, apostando no goleiro Douglas Friedrich, que está emprestado ao time catarinense pelo Corinthians, mas já tem em seu currículo o fato de ter conseguido parar o próprio clube, além de Botafogo, Grêmio e Cruzeiro. Ele foi um dos destaques no empate sem gols contra o time de Fábio Carille e espera repetir o feito diante dos comandados de Cuca. 

Em entrevista ao Estado, Douglas diz que foi especial enfrentar seu clube, contou sobre suas experiências no futebol do Irã e revelou ainda ter superado um câncer nos testículos para não para não desistir do sonho de ser jogador de futebol.

Douglas é um dos destaques do Avaí no Campeonato Brasileiro Foto: Andre Palma Ribeiro|Avaí FC

Esperava ir tão bem no Avaí? Está sendo um ano muito bom pra mim. Tivemos bons resultados, mas ainda precisamos sair da parte debaixo da tabela. Confio nos meus companheiros e acredito que vamos nos recuperar.Como foi parar no Avaí? Rodei bastante. Com 17 anos me profissionalizei e com 19 eu fui para o Irã, no Sanat Naft, onde joguei por dois anos. Em 2015 fui para o Capivariano e depois Bragantino, onde o Corinthians me viu e foi me contratar. Iniciei o ano de 2016 no Corinthians, fui emprestado para o Grêmio, fiquei cinco meses e voltei por causa de uma lesão. Agora estou no Avaí. Como foi parar no Irã? Eu era o terceiro ou quarto goleiro do Galo Maringá e tinha um DVD bem amador que o pessoal do clube fez para mostrar seus jogadores. Aí esse DVD foi passando de mão em mão até chegar em um agente. Pediram para ele um goleiro, ele mandou o meu DVD para um iraniano, que mora em Londres, e me colocaram em contato com ele. Se interessam por mim, naquela época eu não tinha noção do que era o Irã, como era o futebol, mas fui muito acreditando no que me falaram e foi uma experiência muito legal. Como descobriu que tinha câncer e como conseguiu lidar com isso? Eu sentia um desconforto na região, mas goleiro leva muita bolada e eu achava que era uma dor normal. Mas comecei a notar que a dor continuava e meu testículo estava ficando inchado e não voltava ao normal. Fui no urologista, ele me passou uns remédios, tomei e melhorei. Depois de um tempo de repouso, voltei aos treinos e as dores voltaram juntas, mais forte. Fui fazer exames e descobri o tumor. Fiz a cirurgia e como eu era muito novo (19 anos), não entendia o quanto era grave aquilo. As pessoas em volta pareciam ter mais preocupação que eu. Achou que a carreira havia acabado? Meu corpo sentia muito o tratamento, mas eu estava crente de que iria me recuperar. Hoje estou totalmente recuperado e nem mesmo a possibilidade de eu ficar estéril aconteceu. Tanto que em 2014 eu fui pai. Ter superado tudo isso dá uma força maior nos momentos de adversidade na carreira? Sem dúvida. A gente vive nessa montanha russa que é o futebol. Um dia você é colocado lá em cima e depois vai para baixo. Hoje tenho maturidade para analisar o meu momento e não ser atingido pelo que vem de fora. Mas é claro que nos momentos de dificuldade, como tive quando sofri uma lesão no Grêmio e nem consegui jogar, eu me apego ao que aconteceu no passado. Se eu superei um câncer, posso superar qualquer coisa.E planos para o futuro. Volta para o Corinthians? Tenho contrato com o Avaí até o final do ano. Eu desejo jogar em grandes equipes, mas estou dando um passo de cada vez. Eu sou assim, vivo o momento e o que eu tenho que fazer agora. Não me preocupo com o ano que vem. Tenho que fazer agora um ano bem feito para ter um 2018 bom. Eu tenho contrato com o Corinthians, mas sou jogador do Avaí e é nele que eu tenho que pensar. Aqui meu trabalho está sendo valorizado e estou em um grupo muito comprometido. 

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