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(Viramundo) Esportes daqui e dali

E viva o equilíbrio!

Palmeiras e Flamengo travam disputa emocionante pelo título brasileiro

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Por Antero Greco
Atualização:

Tira e mexe volta à tona a discussão a respeito da validade do sistema de campeonato nacional por pontos corridos, em turno e returno. Há os que preferem que seja dividido em duas fases, com a parte final no sistema de eliminação direta, também conhecido pela alcunha um tanto agressiva de mata-mata. Pois, cada vez mais me convenço de que a forma atual compensa, pois premia o melhor, ou no mínimo aquele que tem regularidade.

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Não há como negar a intensidade da disputa que Palmeiras e Flamengo travam pelo troféu, com o Galo ainda a correr por fora. A 11 rodadas do encerramento, nenhum dispara, como já ocorreu por aqui em outras ocasiões ou como é comum na Europa. A briga está na base do ponto a ponto. Os paulistas com 54; os cariocas, 53.

Ambos estão na frente por méritos e autoridade. Não necessariamente por futebol magnífico. Para início de conversa, não há supertime no Brasil, por razões pra lá de pisadas e repisadas. A principal delas a incapacidade – ou impossibilidade – de manter as principais estrelas. Os craques, mal despontam, batem asas para Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha.. e até a China agora. Palmeiras e Fla têm, portanto, falhas, limites. Erram, alternam bons momentos na competição com períodos de baixa. Oscilam, porém menos do que os demais. Eis o segredo para manterem a toda firme rumo ao topo.

Injusto e raso rotular a forma de jogarem, em busca de diminuição da façanha de alviverdes e rubro-negros. O duelo empolga, provoca discussões e reações vibrantes. No sábado à tarde, o Palmeiras fez 2 a 1 no Coritiba com um primeiro tempo morno e uma segunda etapa criativa. Ainda assim, levou susto, depois de abrir 2 a 0. A torcida ficou na expectativa no Allianz Parque.

Neste domingo, foi a vez de a nação flamenguista suor frio até o respiro de alívio. A turma de Zé Ricardo não esteve bem diante do Cruzeiro, que luta para não cair. Levou sufoco em Cariacica e esteve perto de perder terreno para o Palmeiras, ao levar gol de Rafinha aos 29 minutos do segundo tempo. Mas teve forças para reagir, com Guerrero aos 38 e Mancuello (que saiu do banco) aos 42. Virada de campeão – ou de quem vai na toada forte até o fim. Nem de longe é cavalo paraguaio.

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Pontos corridos significam eficiência – e nisso Palmeiras e Fla, com o Galo na sombra, sobressaem. Não faz sentido, por exemplo, o líder enfrentar o 8.º colocado (o Grêmio, com 40 pontos) ou o Fla pegar o Corinthians (no momento em 7.º, em crise, com 41). Viva a competência! Viva o equilíbrio!

LADEIRA ABAIXO Por falar em planejamento, ou a falta de, registre-se outra etapa da derrocada do São Paulo. Trata-se da equipe mais fraca dos últimos tempos, que iludiu torcedor e cartolagem ao chegar à semifinal da Libertadores. O momento tricolor é vergonhoso, como abordei em diversas ocasiões, e foi tema da crônica de domingo.

A apresentação em Salvador foi de pobreza franciscana. Ricardo Gomes mudou o time, após a desclassificação na Copa do Brasil, e colocou Lyanco na zaga, Carlinhos e Luiz Araújo no meio. Não alterou grande coisa. Falhas em todos os setores voltaram a repetir-se e os 2 a 0 deram a medida da fragilidade são-paulina. O flerte com o rebaixamento persiste. Por sorte, há concorrentes em situação de maior indigência.

Só Copa. Bom o Corinthians concentrar energia na Copa do Brasil. Porque, no Brasileiro, desce a ladeira e se vê cada vez mais distante até do G-4. O gás acabou, as opções de elenco são medianas, o rendimento tende a cair. Já não era grande coisa com Tite, perdeu viço com Cristóvão Borges e não deve ocorrer reviravolta com o interino Fabio Carille.

O segundo clássico com o Fluminense, em Itaquera, em quatro dias, mostrou uma equipe esgotada na criatividade, rotineira e previsível. Com dificuldade, segurou o empate, até vir o castigo em cima da hora, no gol de Cícero, em jogada na qual houver irregularidade. Que destino!

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