Palmeiras e Joinville fizeram neste domingo à noite um jogo que deveria ter as suas imagens apagadas para evitar que algum incauto fosse submetido à tortura de vê-las. O jogo de péssimo nível técnico e de dar sono. E, claro, acabou sem gols. Sem público no estádio (o Joinville teve de jogar com portões fechados para pagar uma punição), o primeiro tempo foi mais desinteressante do que um treinamento. Times indolentes, sem ambição nem ousadia, e zero em termos de emoção. Ainda bem para os jogadores que não havia ninguém para vaiá-los. A equipe da casa se fechava toda em seu campo à espera de uma roubada de bola que lhe permitisse sair em velocidade para pegar a defesa palmeirense aberta. Cabia ao Alviverde, portanto, tomar a iniciativa e impor sua qualidade técnica superior. Mas tudo o que o time conseguiu fazer com a bola foi girá-la lentamente de um lado para o outro sem a menor objetividade.

Quando alguém ficava em condição de cruzar a bola, Leandro Pereira estava sozinho na área. Quando o centroavante recebia de costas para fazer o pivô, ninguém se aproximava para receber o passe. E o primeiro tempo acabou com duas finalizações: um chute muito longe do gol de Fernando Prass e outro ainda mais longe da meta de Oliveira. O técnico palmeirense tentou dar mais criatividade ao time com uma mudança no intervalo. Sacou Egídio, que não ajudou no apoio, recolocou Zé Roberto na lateral e pôs Valdivia no meio-campo. Mas quem começou mandando no segundo tempo foi o Joinville. Marcelinho Paraíba, que neste domingo completou 40 anos, jogava livre e armava bons contragolpes. O Palmeiras melhorou um pouquinho (digamos, de nota dois para 3,5) a partir dos 28 minutos, quando Kelvin entrou no lugar de Rafael Marques e o time passou a ter dois jogadores abertos. O outro lado das trocas feitas por Oswaldo de Oliveira é que o time perdeu gente no meio-campo e passou a correr riscos com as bolas longas às costas de Zé Roberto. Aos 47 minutos, o Palmeiras criou seu único lance de perigo. Depois de cruzamento da direita, Leandro Pereira tocou de primeira e a bola passou perto. Foi pouco, muito pouco, para um time que quer fazer bonito no Brasileiro e tem elenco para ser muito mais ousado - e bem menos preguiçoso - do que foi contra o Joinville.JOINVILLE 0 x 0 PALMEIRASJOINVILLE - Oliveira; (Sueliton) M. Sérgio, Bruno Aguiar, Guti e Rogério; A. César (Willian Popp), Anselmo, Marcelo Costa e Marcelinho Paraíba; (W. Saci) W. Henrique e Kempes. Técnico: Hémerson Maria.PALMEIRAS - Fernando Prass; Lucas (Ayrton), Victor Ramos, Vitor Hugo e Egídio (Valdivia); Gabriel, Robinho e Zé Roberto; Rafael Marques (Kelvin); Dudu e Leandro Pereira. Técnico: Oswaldo de Oliveira.Juiz: Wilton Pereira Sampaio (GO)Cartões amarelos: Bruno Aguiar, Mário Sérgio.Renda: jogo com portões fechadosLocal: Arena Joinville