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Empate com o Icasa encerra martírio vascaíno

Mesmo sem o título, Vasco vai terminar a Série B na terceira colocação, garantindo uma vaga na Série A do Brasileirão em 2015

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Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan
Atualização:

O retorno do Vasco à Série A, assegurado com o empate por 1 a 1 diante do Icasa neste sábado, encerra um martírio que se iniciou em 8 de dezembro do ano passado. Naquele dia, o time carioca foi goleado pelo Atlético-PR e acabou rebaixado à segunda divisão pela segunda vez em cinco anos. Mais do que a queda, o jogo foi marcado negativamente na história e ganhou o mundo graças a cenas de violência generalizada nas arquibancadas.

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A briga no último jogo na elite teve reflexos nas primeiras partidas na Série B. Punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Vasco atuou quase dois meses longe do estádio de São Januário. A perda de mando de campo não impediu que a equipe conseguisse bons resultados, mas foi mais um reflexo do período turbulento na história do clube.

Mesmo na segunda divisão, o clube se mexeu e tentou montar um grupo forte. O presidente Roberto Dinamite contratou o executivo Rodrigo Caetano, um dos mais prestigiados do meio futebolístico do País, para dirigir o departamento de futebol e ajudar na montagem do elenco. O Vasco iniciou a temporada contratando, e foi trazendo jogadores de renome até o meio da temporada. Dentre eles, o meia Douglas e o atacante Kleber Gladiador.

Vasco teve dificuldades para garantir o acesso Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Mas as contratações de renome não surtiram o efeito desejado. Ao longo de toda a Série B, o time chegou à liderança da competição em apenas duas oportunidades – mas em nenhuma delas encerrou a rodada na frente.

Para completar, o Vasco, quatro vezes campeão da Série A, também deu seu fiasco na Série B. No final de agosto, o time sofreu 5 a 0 do Avaí em pleno São Januário, resultado que culminou com a queda do técnico Adilson Batista.

"É muita coisinha em ano de eleição. Interesses, detalhes atrapalham. Nesse momento, eu acho melhor sair. Esses meninos têm condições de ser campeões. Eu só queria agradecer ao clube, um privilégio trabalhar aqui", disse Adilson em seu discurso de despedida. "Às vezes é melhor você sair para que as coisas fluam melhor, fiquem um pouco mais em paz. Eu sei da minha capacidade e vou sempre respeitar o Vasco."

A saída de Adilson Batista abriu as portas para o retorno de Joel Santana ao comando do Vasco. "Não é hora de falar muito, mas de trabalhar para no fim do ano a gente estar numa situação mais confortável. Vou trabalhar para colocar o time novamente na elite", disse Joel em sua apresentação, em setembro – a quinta no clube.

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Joel ficou invicto nos primeiros nove jogos, conquistando 19 pontos. O aproveitamento, contudo, não chegou a surpreender: os 63,3% foram superiores ao desempenho total do Vasco na Série B, mas ainda assim inferiores aos de Joinville e Ponte Preta. Para piorar, a primeira derrota representou uma série de insucessos.Em seis partidas, o Vasco venceu apenas uma vez e viu a distância para os líderes aumentar a ponto de não ser mais possível alcançá-los. 

Ao mesmo tempo, os times que vinham logo abaixo começaram a se aproximar. Por isso, após a derrota por 2 a 0 diante do Ceará, na 35.ª rodada, Joel Santana adotou a cautela ao falar do retorno antecipado do Vasco à elite. “Não vamos nos precipitar. O futebol já me ensinou muita coisa”, disse. Resta saber o que (mais) uma temporada na Série B ensinou ao Vasco. 

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