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Escolha arriscada

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Por Antero Greco
Atualização:

Edgardo Bauza assustou-se com a contusão de Kelvin, baixa para a primeira partida da semifinal da Copa Libertadores, no dia 6. Daí, matutou, ponderou e chegou à conclusão de que era melhor dar descanso para alguns titulares no clássico de ontem com o Santos. Para evitar risco de novas contusões. O São Paulo entrou em campo, no Pacaembu, com formação mista, e pagou o preço de nova derrota.

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Com 15 pontos, marca passo no Brasileiro e só não viu aumentada a distância para o topo porque Palmeiras, Inter, Grêmio e Fla, que começaram a 11.ª rodada no G-4, também foram derrotados. Mas a opção pelo torneio sul-americano em detrimento do nacional ficou evidente na postura do técnico argentino. Como inegável é a limitação do elenco tricolor, sem cacife para brigar em duas frentes.

A decisão de levar a Série A em banho-maria é arriscada e escancara a realidade dos times daqui. Mesmo os mais bem estruturados vivem com cobertor curto – se veem no dilema de proteger uma parte e deixar outra descoberta. O São Paulo naturalmente concentra esforços na corrida pela quarta estrela continental, o que compensaria as decepções domésticas. Se falhar no sonho maior e mais atrevido, terá de recuperar terreno ou lidar com cobranças da torcida. Sem direito a meio-termo.

Como o Santos não tem nada com isso, divertiu-se no "Jogo da Paz", marcado por algumas divididas mais ríspidas e bate-bocas entre os jogadores – isso porque chegaram ao estádio no mesmo ônibus. A turma de Dorival Junior ignorou a estratégia de rodízio na escalação do adversário e mostrou que dará trabalho na parte de cima da tabela. Abriu o placar com menos de um minuto, dobrou antes do intervalo e fez o terceiro só para arredondar.

O Santos tem a capacidade de recriar-se, brotam jovens da categoria de base que se encaixam no esquema com facilidade; o jogo flui. O retorno de Gabriel e Lucas Lima, depois de passagem relâmpago pela seleção, deu consistência à criação. Até Rodrigão, que chegou outro dia, se sente à vontade, faz gols e não impede que o público reclame da ausência de Ricardo Oliveira. Embora não seja impecável, revela pretensão de brigar pelo título. Vale sempre a ressalva: não há uma superequipe sequer no Brasileiro de 2016.

O São Paulo tem um time titular razoável, em condições de superar o Atlético Nacional nos confrontos da Libertadores. O problema aparece na hora em que Bauza precisa apelar para o banco. Então, percebe como a reposição é frágil. Dá para conceder-lhe desconto ao colocar titulares de repouso. Antes dos jogos com os colombianos, enfrenta Fluminense (Morumbi) e Ponte Preta (Campinas). Novas falhas podem significar o adeus precoce a qualquer veleidade de atingir o hepta neste ano.

FILME VELHO?O Internacional chamou a atenção, nas rodadas iniciais, pela consistência do sistema: marcação firme, defesa indevassável, ataque de poucos porém decisivos gols. Nas últimas três partidas, sofreu duas derrotas por 3 a 2 (Figueirense e Botafogo, ontem, em casa), além de empate com o Coritiba (1 a 1). Mantém-se em segundo lugar, pertinho do Palmeiras, mas sobressaem deficiências. Vá lá que é cedo, só que o Colorado ameaça repetir o roteiro de décadas: larga como candidato à taça e vira coadjuvante.

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REAÇÃO MINEIRAO Atlético-MG carece de estilo bonito. No entanto, compensa com resultados que o tiram do lodo, como o 1 a 0 sobre o América-MG, ontem pela manhã, terceira vitória seguida sob o comando de Marcelo Oliveira. Subida acentuada na classificação. O Cruzeiro bateu o Palmeiras por 2 a 1, com autoridade, no sábado à noite, e ensaia achar rumo com Paulo Bento.

LÁ VÊM ELESA Alemanha fez 3 a 0 na Eslováquia, está nas quartas da Eurocopa e mostrou o que todo mundo sabe: nunca entra num torneio só por farra. Já a França capenga e avança; a Bélgica enfim brilhou.