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Evo Morales diz que CEO da LaMia já foi seu piloto e cobra punições severas

Presidente da Bolívia diz que não sabia que empresa tinha autorização

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Por Redação
Atualização:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, reconheceu nesta sexta-feira que o diretor-geral da Lamia, Gustavo Vargas Gamboa, foi piloto presidencial, assim como comentou que desconhecia que a companhia tinha matrícula boliviana.

Em entrevista coletiva no Palácio de governo, Morales disse que o reconheceu Gamboa como seu piloto.

Evo Morales diz que CEO da LaMia foi seu piloto presidencial e cobra sanções severas Foto: EFE/ Martin Alipaz

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O líder lembrou que, quando era dirigente sindical e em uma ocasião terminou de negociar com o governo o fim de vários bloqueios de estradas, foi levado em um pequeno avião ao Chapare (Cochabamba, centro, zona de camponeses cocaleiros dos quais Morales foi líder sindical) para suspender as mobilizações.

Gustavo Vargas Gamboa, que era piloto da Força Aérea Boliviana, a aviação militar, dirigiu esse voo.

O presidente pediu assim uma investigação sobre supostamente outra pessoa chamada Gustavo Vargas, que fazia parte da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC), organização reguladora da aeronáutica boliviana e responsável por outorgar licenças de voo, como diretor de registro aeronáutico nacional.

A relação entre essas duas pessoas está documentada em redes sociais e supostamente seriam pai e filho, segundo apontaram vários meios de comunicação locais.

Morales disse que "nenhuma família" está no governo.

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"Se alguém, porque foi piloto, se aproxima de Evo para se aproveitar disso, tem que ser investigado infelizmente", disse o líder.

Morales lembrou que viu os aviões da Lamia no aeroporto de Cochabamba (não precisou quando) e perguntou por eles.

"Me diziam que eram venezuelanos e estavam em manutenção", rememorou.

Depois, o líder comentou que pareceu estranho que após dois meses as aeronaves seguissem em manutenção e perguntou a algumas autoridades sobre por que não as companhia aérea estatal Boliviana de Aviação (BoA) os comprava se a Lamia não os movimentava.

"Eu não sabia que (os aviões da Lamia) tinham autorização, não sabia que (a Lamia) era uma empresa com matrícula boliviana", disse o líder.

Morales acrescentou que "tem que ser investigado como foi legalizada, como foi constituída a empresa, como são dadas as licenças correspondentes".

Morales lamentou a morte de diversas pessoas no acidente, que levava quase todo o elenco e comissão técnica da Chapecoense, que iria disputar a final da Copa Sul-Americana em Medellín contra o Atlético Nacional.

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O boliviano reiterou que vai acontecer uma investigação que, como anunciou na quinta-feira o ministro de Obras Públicas, Milton Claros, afetará as permissões de voo da Lamia e o capital da companhia.

"Vai ser realizada uma profunda investigação entre DGAC e AASANA", afirmou.

A DGAC é encarrega da supervisão técnica dos aviões, enquanto a Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea (AASANA) é a entidade que deve aprovar os planos de voo.

Por enquanto, presume-se que a causa do fatal acidente foi a falta de combustível da aeronave, um tema que Morales não avaliou pelo caráter "técnico".

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