PUBLICIDADE

Publicidade

Evolução da Costa Rica tem participação de brasileiro

Alexandre Guimarães já foi técnico da seleção e hoje seu filho, Celso Borges, é volante da equipe sensação do Mundial

Por Ciro Campos
Atualização:

A história da evolução do futebol da Costa Rica até se tornar a sensação da Copa do Mundo deve muito a um brasileiro. O alagoano Alexandre Guimarães tem ligação com as quatro participações da equipe na história do torneio. Com a autoridade de quem mora no país há 35 anos, garante que a boa campanha não chega ser uma grande surpresa. Na primeira vez em que a Costa Rica jogou uma Copa, em 1990, Alexandre atuava como atacante. Depois, em 2002 e 2006, foi o técnico da equipe e agora, em 2014, vê o filho, o volante Celso Borges, de 26 anos, ser titular do time que está classificado para as oitavas de final. "Muitos falam que é uma surpresa, mas dizem isso por desconhecimento. Eles fizeram ótima campanha nas eliminatórias, tiveram a melhor defesa e só não terminaram em primeiro porque perderam para os Estados Unidos em um jogo sob nevasca, que deveria ter sido cancelado", afirmou.

Celso Borges disputa bola com Marchisio durante a partida contra a Itália Foto: Yuri Kochetkov/EFE

PUBLICIDADE

Segundo Guimarães, uma série de conquistas anteriores possibilitaram aos costa-riquenhos garantir bons resultados na Copa do Brasil. A federação nacional passou a dar mais atenção às categorias de base e, graças a isso, viu o país ser semifinalista do Mundial sub-20, em 2009, no Egito. Os campeonatos locais também se fortaleceram e o país chegou até mesmo a colocar um representante no Mundial de Clubes, com o Saprissa, terceiro colocado na edição de 2005. Dos 23 jogadores do elenco, 14 atuam fora, incluindo o filho de Alexandre, que defende o AIK, da Suécia. “O Celso foi jogar na Europa quando tinha 19 anos e já superou o que eu consegui na carreira, apesar de ter sido muito comparado a mim”, disse. O volante pouco teve tempo de conversar com o pai depois da vitória sobre a Itália, mas chegou a revelar que estava emocionado pelo feito histórico. As vitórias sobre Uruguai e Itália fizeram a equipe atual repetir a campanha de 1990, quando o país chegou às oitavas de final. Na ocasião, depois de enfrentar na fase de grupos Brasil, Escócia e Suécia, foi eliminada pela Checoslováquia. "O grupo atual é parecido com o daquela época. É unido e tem vontade de bater os recordes atingidos anteriormente. A geração joga com garra e com a raiva de ter sido eliminada na repescagem para a Copa de 2010, pelo Uruguai", explicou.

Guima, como é conhecido na Costa Rica, às vezes confunde o português com o espanhol e decidiu dar uma parada na carreira de técnico no fim do ano passado, quando estava no futebol chinês. Quis ficar com o semestre livre para poder vir até o Brasil visitar familiares e ver a Copa. Com isso, vê de perto os feitos históricos da equipe e já projeta o futuro. A ótima campanha deve consolidar a Costa Rica no cenário internacional e possibilitar que a federação consiga marcar mais amistosos, chances ótimas para evoluir. Ainda nesta Copa, a tabela no mata-mata indica jogos com adversários do grupo C, teoricamente menos gabaritados que os da primeira fase. Nem assim o ímpeto do time vai diminuir. "É do povo costa-riquenho gostar de desafios e não se desanimar diante das dificuldades. Eles podem aprontar ainda mais", garantiu.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.