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Ex-atacante, Gabriel Dias vira um xerifão na base do Palmeiras

Zagueiro foi levado ao clube pelo volante Martinez

Por Daniel Batista
Atualização:

No Palmeiras desde 2008, Gabriel Dias ganha mais espaço a cada dia e chegou ao time principal com a experiência de ter conquistado diversos títulos na base do clube e ser um líder nato. Tendo a raça como ponto forte, o garoto de 1,83 metros de altura e 20 anos, é mais um daqueles casos de jovens que precisaram superar muitas barreiras para conseguir realizar o sonho de estar em um time grande. Gabriel foi descoberto pelo volante Martinez, que defendeu o Palmeiras entre 2007 e 2008. O zagueiro defendia o Bandeirantes, de Birigui, quando Martinez o viu em ação e o convidou para fazer testes no Palmeiras. Desde então, sua vida mudou. Na base, ele começou como atacante. “Eu jogava lá frente e era artilheiro, viu? Mas sabe como é, você vai ficando velho, piorando e vai recuando. Já joguei de volante também”, conta, mostrando bom humor e um sotaque interiorano que muitas vezes lembra até o ex-goleiro Marcos falando. Embora tenha nascido em Francisco Morato, cidade que fica na região metropolitana de São Paulo, Gabriel passou boa parte da infância na cidade de Lourdes, no interior de São Paulo. Lá, embora tenha feito apenas dois jogos pelo time principal, já virou referência. “Todo mundo torce por mim, lá. Virei meio que o orgulho da cidade. Fico feliz e emocionado sempre que vou para lá”, conta o defensor, que foi criado pela mãe (Marli) e pelo padrasto (Laércio).

Gabriel Dias foi levado ao Palmeiras pelo volante Martinez Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras

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Seu pai foi assassinado em uma chacina em Francisco Morato, quando Gabriel tinha apenas oito meses de idade. Na infância, viu sua mãe e padrasto sofrerem para conseguir levar comida para casa. A mãe colhia tomate e o padrasto algodão. “Muitas vezes, meu irmão (Ariel Felipe, que tem 23 anos) e eu, saíamos escondidos de casa, pegávamos as nossas bicicletinhas e íamos até a lavoura onde eles estavam trabalhando para ajudá-los. Chegando lá, minha mãe ficava brava, porque ela não queria que a gente trabalhasse. Até apanhei algumas vezes por causa disso, mas mesmo assim, eu ajudava. Já estava lá mesmo, então ela não tinha como mandar eu voltar para casa”, relata. “Muitas vezes eu via eles chorando, porque não tinham como dar as coisas para gente e isso doía muito”, completa. Além de Ariel, que não quis saber do mundo do futebol, Gabriel tem outro irmão que pode repetir sua trajetória. Breno tem 14 anos e passa por testes no Palmeiras. Gabriel tem contrato com o Palmeiras até o fim de 2016, por isso, pretende ainda ajudar muito o clube. “Estou pronto para jogar. Sei que tenho muito para melhorar, mas com a experiência a gente vai crescendo”, avisou. Entre os jogadores, ele já está entrosado, pelo menos fora de campo, e já sofre com as brincadeiras. “Sempre sobra para os mais novos. Inventaram um apelido de Zé da Égua para mim, acredita? Foi o Diogo que começou com isso, falando que eu pareço um amigo dele que chamam assim. O Wesley, Marcelo Oliveira e Lúcio também brincam bastante comigo, mas acho isso legal, porque te deixa mais à vontade”, explicou.Mas dentre todos, ele tem o seu preferido. “O Marcelo Oliveira é o mais amigo. Ele tem um coração muito bom. Dentro e fora de campo, ele é um cara excepcional”.

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