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Federação de futebol da Noruega anuncia pagamento igual para homens e mulheres

A partir de 2018, seleções masculina e feminina ganharão cerca de R$ 2,4 milhões cada; mulheres dobrarão salário

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Por Redação
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Se no futebol brasileiro a disparidade entre salários nos naipes masculino e feminino é grande e sem prognóstico de melhora, inclusive com uma crise deflagrada na seleção feminina após a demissão da técnica Emily Lima, um país europeu tomou uma importante decisão para ficar mais próximo da igualdade entre gêneros no esporte.

A Federação Norueguesa de Futebol anunciou neste final de semana que o time masculino aceitou promover uma redução salarial em seus vencimentos a fim de que eles recebam exatamente o mesmo valor que a equipe feminina ganha pelas suas participações com a camisa do país.

Caroline Graham Hansen, atleta do Wolfsburg-ALE e um dos destaques da seleção da Noruega Foto: Reprodução/Instagram/Graham95

O time masculino recebia mais que o dobro que o feminino: enquanto elas ganhavam 3,1 milhões de coroas norueguesas (cerca de R$ 1,2 milhões), eles faturavam 6,5 milhões na moeda local (em torno de R$ 2,6 milhões). A partir de 2018, no entanto, as duas equipes receberão um valor de 6 milhões de coroas (quase R$ 2,4 milhões), o que representa um aumento de quase o dobro do valor. A quantia inclui ainda um valor doado pelo elenco masculino, que decidiu pagar pelos acordos de publicidade os quais recebeu unilateralmente como representantes do futebol do país até então.

O presidente da federação norueguesa, Joachim Walltin, acredita que o acordo é inédito no futebol e celebra a medida que entrará em vigor no próximo ano.

"A Noruega é um país onde igualdade de gênero é muito importante para nós, então acho que isso é muito bom para o país e para o esporte", afirmou.

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Atleta da seleção feminina, Caroline Graham Hansen publicou nas redes sociais um agradecimento ao time masculino pela doação. "Obrigado por darem esse passo em prol das atletas. Por mostrarem igualdade e ajudarem a todas nós, tornam um pouco mais fácil que corramos atrás dos nossos sonhos", afirmou a atleta, em um post no Instagram.

Os detalhes do acordo ainda não foram totalmente definidos. Mas de acordo com Walltin, a federação planeja fazer um pagamento mensal às atletas, enquanto que os homens receberão anualmente pelas suas convocações.

"Para as meninas com certeza fará diferença. Algumas delas estão estudando e trabalhando enquanto jogam futebol. O sentimento de serem realmente respeitadas é importante para elas. A federação pode ver isso como um investimento para aumentar o nível da seleção feminina", encerrou.

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