Felipão chora no enterro de Froner

O corpo do técnico Carlos Froner foi enterrado nesta quinta-feira, no cemitério municipal de São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre. O velório e a cerimônia de despedida foram acompanhados por diversos ex-jogadores comandados por Froner nas décadas de 60, 70 e 80, entre os quais o goleiro Picasso, o lateral Vacaria, o armador Iúra e o atacante Loivo. O pentacampeão mundial Luiz Felipe Scolari antecipou seu retorno de Fortaleza, onde dirigiu a seleção brasileira na quarta-feira, para ficar ao lado dos familiares do seu ?mestre?. Ao chegar ao velório, Felipão colocou uma bandeira do Brasil sobre o caixão e não escondeu as lágrimas pela morte do amigo. "Por mais que a gente queira que as pessoas que a gente ama fiquem com a gente, a vida é uma seqüência impiedosa", lamentou Felipão, durante a única e rápida conversa que teve com os jornalistas, na qual ressaltou que o ?capitão?, como chamava Carlos Froner, era um exemplo como treinador e como amigo dos esportistas. Para Luiz Felipe Scolari, uma prova disso é a quantidade de ex-jogadores que foi ao velório. "Eu fico feliz em ver muitos atletas dele vindo aqui se despedir", disse o ex-técnico da seleção. Carlos Benvenutto Froner tinha 82 anos e morreu de insuficiência cardíaca na quarta-feira, poucas horas antes de a seleção de Felipão entrar em campo em Fortaleza. Em sua carreira, começada aos 28 anos, aplicou a filosofia de disciplina e preparação física que aprendeu nos 10 anos que passou no Exército. Entre os clubes que treinou estão o Aimoré, Juventude, Grêmio, Internacional, Santa Cruz, Bahia, Flamengo, Vasco e Joinville. Foi no Caxias, em 1978, quando o time chegou em 10º lugar no Campeonato Brasileiro, que Carlos Froner dirigiu o então zagueiro Luiz Felipe, dando início a uma longa amizade só interrompida pela morte do ?mestre? no mesmo dia em que o discípulo se despedia da seleção.