Luiz Felipe Scolari voltou à cena ao acertar seu retorno para o Grêmio após 18 anos, em sua terceira passagem pelo clube. O fato ocorre três semanas depois da vexatória derrota do Brasil por 7 a 1 para a Alemanha, no pior revés da história da seleção brasileira. Aos 65 anos, Felipão tenta provar que ainda pode conquistar títulos importantes no futebol brasileiro. Nos últimos anos, ele está menos vencedor. Entre 1992 e 1999, o técnico gaúcho foi campeão dez vezes. Desde então, em 15 anos, o número de taças erguidas caiu para apenas seis.
Entre a conquista da Copa do Brasil pelo Criciúma, em 1992, ao título do Palmeiras naLibertadores, em 1999, Felipão venceu dez campeonatos: seis com o Grêmio, três pelo time palmeirense e um pela equipe catarinense. Depois, o treinador sagrou-se campeão em seis oportunidades: Torneio Rio-SP (Palmeiras, em 2000), Copa Sul-Minas (Cruzeiro, em 2001), Mundial (2002), Copa das Confederações (2013), Copa do Brasil (Palmeiras, em 2012) e Campeonato Uzbeque (Bunyodkor, em 2009).
Na década de 1980, Felipão ainda levantou a taça do Estadual de Alagoas, com o CSA, em 1981 e 1982, o Campeonato Gaúcho de 1987 com o Grêmio, além de dois títulos pelo Kuwait em 1990. Após a ascensão na carreira, Felipão passou em branco em três trabalhos: durante a passagem pelo Jubilo Iwata (1997), pelaseleção portuguesa (2003 a 2008) e pelo Chelsea (2008/2009).
No auge, Felipão fez história no futebol ao se tornar o primeiro técnico a conquistar a Libertadores por dois times diferentes. Em 1995, o treinador gaúcho ergueu o troféu mais cobiçado da América com o Grêmio. Quatro anos depois, repetiu o feito com o Palmeiras. A marca, depois, seria alcançada por Carlos Bianchi (VélezSarsfield, em 1994, e Boca Juniors, em 2000) e Paulo Autuori (Cruzeiro, em 1997, e São Paulo, em 2005).
NOVA CHANCE
O técnico pentacampeão mundial terá a oportunidade de voltar a dirigir o Grêmio. O retorno a um clube de grande identificação ocorre pela segunda vez na carreira de Felipão. No Palmeiras, entre 2010 e 2012, o treinador obteve um aproveitamento inferior ao registrado na primeira passagem. Entre 1997 e 2000,alcançou a marca de 56,3% dos pontos disputados, com 192 vitórias em 407 jogos. Doze anos depois, o rendimento foi de 52,5%, com 66 vitórias em 155 partidas.
Na seleção, o aproveitamento também foi inferior. Em 2001 e 2002, Felipão teve 77,3% contra 72,4% do último trabalho. Na Copa do Japão e da Coreia do Sul,conquistou o penta com sete vitórias. No Mundial 2014, venceu apenas três jogos, com dois empates e duas derrotas.
CONFIRA O DESEMPENHO PÓS-1993
Grêmio (1993 a 1996)
222 jogos
99 vitórias
56 empates
67 derrotas
Aproveitamento: 53%
Títulos: 6
Jubilo Iwata (1997)
30 jogos
20 vitórias
10 derrotas
Aproveitamento: 66,7%
Títulos: nenhum
Palmeiras (1997 a 2000)
407 jogos
192 vitórias
111 empates
105 derrotas
Aproveitamento: 56,3%
Títulos: 4
Cruzeiro (2000/2001)
57 jogos
23 vitórias
16 empates
18 derrotas
Aproveitamento: 49,7%
Títulos: 1
Seleção brasileira (2001/2002)
25 jogos
19 vitórias
1 empate
5 derrotas
Aproveitamento: 77,3%
Títulos: 1
Seleção portuguesa (2003 a 2008)
74 jogos
42 vitórias
18 empates
14 derrotas
Aproveitamento: 64,9%
Títulos: nenhum
Chelsea (2008/2009)
41 jogos
24 vitórias
12 empates
5 derrotas
Aproveitamento: 68%
Títulos: nenhum
Bunyodkor (2009)
43 jogos
31 vitórias
6 empates
6 derrotas
Aproveitamento: 76,7%
Títulos: 1
Palmeiras (2010 a 2012)
155 jogos
66 vitórias
46 empates
43 derrotas
Aproveitamento: 52,5%
Títulos: 1
Seleção brasileira (2013/2014)
29 jogos
19 vitórias
6 empates
4 derrotas
Aproveitamento: 72,4%
Títulos: 1