Fifa cede e já admite publicar partes dos informe sobre Catar

Entidade reage a críticas sobre decisão de não punir ninguém, nem de mudar as sedes das duas próximas Copas do Mundo

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Por Jamil Chade
Atualização:

Diante de ataques e de acusações de estar tentando abafar a corrupção, a Fifa cede e admite já tornar público partes dos informes sobre a compra de votos para a Copa do Catar de 2022. Nesta quinta-feira, o investigador da Fifa, Michael Garcia, e o juiz Hans Eckert anunciaram que estão transmitindo o informe de 200 mil páginas ao presidente do Comitê de Auditoria da Fifa, Domenico Scala. Ele, por sua vez, vai definir até que ponto os detalhes da investigação poderão ser publicados e quais nomes podem ser revelados. Na semana passada, a Fifa anunciou que, apesar das evidências de corrupção, a Copa de 2018 seria mantida na Rússia e a de 2022 no Catar. Mas ao inocentar a todos e manter as escolhas, a entidade gerou uma forte reação contra ela. Governos, cartolas e patrocinadores passaram a exigir que o informe completo fosse publicado, justamente para entender por qual razão ninguém seria punido.

Segundo relatório de investigação, Catar comprou votos para sediar Copa de 2022 Foto: Divulgação

A Fifa, porém, alegou que não poderia distribuir o informe, sob o risco de que os depoimentos dados sob confidencialidade fossem revelados. O argumento não convenceu os críticos, que acusam a entidade de esconder o informe para justamente impedir qualquer punição. Delatores que entregaram informações para a Fifa também acusam a entidade de ter ignorado seus depoimentos. Diante da crise, Garcia e Eckert se reuniram hoje e chegaram a um consenso de que é de "maior importância" prestar informações sobre o caso. Para que isso seja possível, a decisão foi de que o informe completo, com todos os nomes dos envolvidos, seja entregue à Domenico Scala. Ele, então, "determinará quanto dessa informação deve ser entregue aos 23 membros do Comitê Executivo da Fifa", entre eles o brasileiro Marco Polo del Nero, futuro presidente da CBF. A medida é uma esperança da Fifa de reduzir as críticas que vem sofrendo que, para muitos, pode até mesmo afetar a candidatura de Joseph Blatter para mais um mandato na presidência da Fifa, em maio.