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Fifa desvia de assunto e Comitê Local nega débitos referentes à Copa

Entidades se esquivam sobre falta de pagamento a credores

Por Matheus Lara
Atualização:

As perspectivas de resolução do problema dos calotes da Copa não parecem ser as melhores, visto que a responsabilidade pelos débitos vem sendo jogada de mão em mão desde 2014.

Em troca de e-mails a que o Estado teve aceso, entre representantes da Team Spirit com uma das empresas que levaram prejuízo, a agência chega a pedir desculpas pelos transtornos sem resolvê-los. "Ainda não tenho a confirmação se iremos conseguir pagar algum valor para vocês, estamos no aguardo e assim que tiver notícias, informamos", respondeu a Team Spirit em 19 de agosto de 2014, após sucessivas cobranças da firma. 

Del Nero, da CBF, é o responsável pelo Comitê Organizador Local (COL) Foto: Fábio Motta/Estadão

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No dia seguinte, outra má notícia. "Infelizmente hoje não tenho como efetuar nada, estou tentando para amanhã, mas só consigo te confirmar amanhã. Desculpe o transtorno."

Consultada sobre os débitos, a Fifa não quis se pronunciar, argumentando que o assunto é de responsabilidade do Comitê Organizador Local (COL).

Em nota, o COL afirma ter cumprido suas obrigações com os prestadores de serviço. "O COL não responde pelas relações entre as empresas que lhe prestaram serviços e seus fornecedores", informou.

Criado em 2008 e presidido por Marco Polo Del Nero, também presidente da CBF, para organizar e realizar a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014, a previsão era que o COL fosse "dissolvido e liquidado" em até 18 meses após o fim do Mundial. 

O prazo já acabou, mas há uma ressalva regimental que permite ao órgão funcionar por tempo indeterminado até que conclua todas as suas atividades e obrigações. E são justamente questões financeiras que impedem que o Comitê encerre suas atividades no Brasil.

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Conforme o Estado noticiou há alguns meses, as pendências financeiras nos tribunais referentes à realização da Copa podem chegar a R$ 1 bilhão, ainda que advogados que trabalham nos casos digam que será preciso desembolsar "apenas" entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões. São contas que precisam ser acertadas, mas que não tiveram ações na Justiça. A Fifa diz confiar no Comitê Organizador.

Em 2014, o COL recebeu US$ 440 milhões (R$ 1,4 bilhão) da entidade. Parte do dinheiro foi destinada a pagar salários de cartolas como Ricardo Teixeira e José Maria Marin. Enquanto as dívidas não forem pagar, o COL não deixará de existir.