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Fiorentina: fim de um mito italiano

Clube de 76 anos foi à falência, mas surge como novo nome e deve jogar na Quarta Divisão

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Por Agencia Estado
Atualização:

Florença é a cidade italiana mais visitada por quem ama a Arte. A capital da Toscana foi o berço da Renascença e durante séculos teve importância política imprescindível para definir os destinos da Itália. A culinária é também motivo de admiração. Até alguns anos atrás, o futebol era igualmente fonte de orgulho e alegria. Agora, só causa de humilhação. A Fiorentina, fundada 76 anos atrás, desde hoje oficialmente deixou de existir. Seus atuais proprietários não conseguiram cobrir débitos e tiveram de reconhecer a falência do clube. O ressurgimento deve ocorrer na Quarta Divisão ou, hipótese menos drástica mas pouco provável, na Terceira. A dissolução da Associazione Calcio Fiorentina, criada em 26 de agosto de 1926, veio no começo da tarde. Na reunião entre representantes da Liga e da Federação Italiana, ficou constatada a insolvência da equipe ?viola? (violeta), porque o presidente Vittorio Checchi Gori não encontrou quem bancasse os US$ 22 milhões necessários para saldar dívidas urgentes. A cúpula da cartolagem italiana decidiu, então, seguir recomendação da Comissão de Vigilância das Sociedades Anônimas. O órgão que fiscaliza as empresas privadas havia sugerido o fechamento da Fiorentina e a lacração da sede, na Piazza Girolamo Savonarola, 6. Assim que foi decretada a ?morte? da Fiorentina, os dirigentes promoveram a Ternana para a Série B. Ela ocupará a vaga do clube extinto, que havia sido rebaixado no torneio da Série A da temporada de 2001-2002. "É um momento muito triste", afirmou Franco Carraro, presidente da Federação. "Apesar disso, não podemos iludir os torcedores", advertiu. "Acreditamos que a cidade terá novo clube, mas o mais prudente é que recomece de baixo, ao disputar a Quarta Divisão." A primeira reação veio na forma de protestos de torcedores contra a administração irresponsável de Cecchi Gori, que em poucos anos dilapidou a fortuna herdade de seu pai, Mario, um dos mais famosos produtores de cinema da Itália. Na seqüência, o prefeito de Florença, Leonardo Domenici, anunciou o ?nascimento? da Fiorentina 1926 Fiorentina Srl, o novo clube local. Por enquanto, ele acumula o cargo de presidente. A Fiorentina teve vários momentos de glória. O primeiro com o título nacional de 1956, em que brilhou a estrela do ponta brasileiro Julinho Botelho. Depois, foi campeã em 69. Em seu currículo, há também seis conquistas da Copa Itália, uma Recopa da Europa (61), uma Mitropa Cup. A Fiorentina teve, em sua história, craques como Amarildo, Antognoni, Roberto Baggio, Toldo, Sócrates, Edmundo, Daniel Passarella. No elenco atual, há atletas de qualidade, como Chiesa, Di Livio, o português Nuno Gomes. Todos estão com passe livre e negociam transferência. Assim como o volante Amaral, ex-Palmeiras. "Fiquei muito triste e gostaria de continuar aqui, se tivesse uma conta bancária bem recheada", afirmou. "Mas devo pensar na minha vida." Hoje, ele deve anunciar qual será seu destino.

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