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Fora de São Paulo, clubes sofrem com falta de jogos

Sem jogar, é difícil conseguir patrocinadores

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Foto do author Gonçalo Junior
Por Gonçalo Junior
Atualização:

As dificuldades que os jogadores de futebol encontram em São Paulo, no maior torneio do País, agravam-se nos estados menores. A falta de um calendário anual de competições dificulta o planejamento e a atrapalha a luta pela obtenção de patrocínios.

Na segunda divisão do futebol paranaense, o Cianorte joga todas suas fichas no acesso à elite. Com isso, os jogadores esperam reconhecimento do mercado e a chance de renovação de contrato. A maioria dos atletas se enquadra na pesquisa da CBF que mostra que 96% ganham até R$ 5 mil.

Por causa das chuvas, Grêmio Barueri treina em um gramado ruim em Cotia Foto: Felipe Rau

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Por causa das chuvas, Grêmio Barueri treina em um gramado ruim em Cotia

“A gente se entrega para conseguir o acesso. Caso contrário, corremos o risco de desemprego no segundo semestre”, diz o zagueiro Diego, de 31 anos. “Nossa realidade é apertada financeiramente. O salário nunca atrasou, mas vivemos como a maioria da população brasileira”, conta.

O Juazeirense, conhecido com o “Cancão de Fogo”, está em terceiro lugar em seu grupo no Campeonato Baiano. Na Copa do Nordeste, está na mesma posição, e vai disputar a Copa do Brasil. Com uma folha salarial de R$ 100 mil – os grandes do Nordeste gastam em média R$ 10 milhões – , o time pretende ficar entre os quatro melhores do torneio local para voltar aos torneios regionais na próxima temporada.

Zagueiro Lucas ganha um salário mínimo para ajudar a família Foto:

Nesse contexto, os atletas lutam por uma chance em um grande time. O zagueiro Lucas se sente incomodado por não poder ajudar a família como gostaria. O salário mínimo dá apenas para seus gastos pessoais, como transporte, roupas, chuteira e suplementos alimentares. Filho único de um vigilante e de uma dona de casa, o defensor pensa lá na frente.

“A gente tem de abdicar de algumas coisas agora, como viagens e passeios. Hoje, não posso ajudar muito, mas vou conseguir garantir o conforto de todos no futuro”, diz o jovem de 19 anos.

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