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Futebol inglês, de clubes e seleção, em baixa na Europa

Torneio na terra da Rainha não comprova poder financeiro da Liga

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Por Rafael Pezzo
Atualização:

No sorteio desta sexta-feira para a definição das quartas de final da Liga dos Campeões, nenhum papelzinho tinha o nome de um time inglês. Pela segunda vez em três anos, equipes da mais rica liga do futebol mundial ficam ausentes da lista dos oito melhores da Europa.

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Contando os 24 classificados às quartas de final da Liga dos Campeões de 2012 a 2015, apenas dois jogavam no Campeonato Inglês. Na temporada passada, Chelsea e Manchester United estiveram entre os oito melhores da continente. A equipe de Old Trafford parou no Bayern de Munique. Já os comandados de José Mourinho foram até a fase seguinte, quando caíram diante de Atlético de Madrid, de Curtois e Diego Costa.

Além da temporada 2012/13, a última vez que não havia um clube da Inglaterra nas quartas de final da Liga dos Campeões foi em 1995/96, quando o único representante, o Blackburn, não passou da fase de grupos.

A última final com um inglês ocorreu em 2011/12, quando o Chelsea derrotou o Bayern, em Munique, e depois perdeu o Mundial da Fifa para o Corinthians. Naquele ano, os quatro times na primeira fase foram às oitavas, mas apenas os Blues chegaram às quartas. Apesar das quedas precoces nos últimos três anos, podemos dizer que a terra da rainha dominou a Liga dos Campeões nos últimos 12 anos. Neste período, os ingleses estiveram presentes nas semifinais em nove edições, avançando à final em sete.

O ápice da força inglesa na Europa foi entre as temporadas 2006/07 e 2008/09. Na ocasião, de 12 semifinalistas, nove eram da Campeonato Inglês. Na final de 2007/08 o Manchester United superou o Chelsea na disputa por pênaltis, em Moscou.

PODERIO FINANCEIRO

A queda dos ingleses na Europa é avessa à situação financeira do campeonato nacional daquele país. Em fevereiro, foi fechado novo acordo de TV, entre 2016/17 e 2018/19, no valor de R$ 22,2 bilhões, cerca de R$ 7,4 bilhões por temporada. O atual acordo divide mais de R$ 4,3 bilhões entre os 20 times participantes da competição.

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O Liverpool foi quem mais recebeu dinheiro de televisão no Campeonato Inglês no ano passado, cerca de 117 milhões de euros (R$ 410,5 milhões). Na Liga dos Campeões, no entanto, a equipe de Brendan Rodgers conseguiu apenas uma vitória, dois empates, três derrotas e a eliminação da fase de grupos.

O Chelsea, que arrecadou 112,9 milhões de euros em 2013/14, (R$ 396 milhões) foi eliminado pelo Paris Saint-Germain, que lucrou 44 milhões de euros (R$ 154,3 milhões) com a televisão, maior montante entre os franceses. Já o Monaco, que despachou o Arsenal após vencer em Londres por 3 a 1, arrecadou 29,5 milhões de euros (R$ 103,5 milhões), contra 111,4 milhões de euros (R$ 399 milhões) da equipe de Arsène Wenger.

Os únicos times que faturam mais que os ingleses com televisão são a dupla Real Madrid e Barcelona, com 140 milhões de euros (R$ 491 milhões) cada na temporada passada. O Atlético de Madrid, vice campeão da última Liga dos Campeões, é o quarto espanhol com mais receita de televisão, com 42 milhões de euros (R$ 147 milhões). Na semifinal contra o Chelsea em 2013/14, a disparidade era de cerca de 70,9 milhões de euros. (R$ 248 milhões). 

SELEÇÃO SEM SAL

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Na Copa do Mundo de 2014, a seleção inglesa conseguiu sua pior campanha na história dos Mundiais. Com três partidas, amargou um empate e duas derrotas, fez dois gols e sofreu quatro. O campeão inglês da temporada 2013/14 foi o Manchester City. Dos 29 jogadores que conquistaram o campeonato, apenas nove eram nativos do país. Dos dez maiores artilheiros da Campeonato Inglês daquele ano, apenas três eram da Grã Bretanha.

Na Eurocopa, o desempenho do 'English Team' também não é animador. Não classificado ao torneio de 2008, a seleção parou nas quartas de final em 2004 e 2012. Em 2000, não passou da fase de grupos, o contrário da campanha de 1996, quando, como país-sede, chegou às semi e terminou no terceiro lugar.

Apesar de revelar grandes nomes nos últimos anos, como Michael Owen, Steven Gerrard, Frank Lampard, Wayne Rooney, David Beckham, Ashley Cole, Rio Ferdinand e John Terry, a seleção inglesa nunca passou de uma promessa. Outros nomes surgiram recentemente, como Joe Hart, Daniel Sturridge, Jordan Henderson, Ross Barkley e Luke Shaw, mas a participação na Copa de 2014 não deixa a torcida muito animada.

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