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Ganso chega a seu segundo ano no São Paulo em grande fase

Entre má fase e críticas de dirigentes e torcedores, meia completa dois anos no clube paulista justificando alto preço, depois de se adaptar de forma definitiva

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Por Vanderson Pimentel
Atualização:

Talento raro, passes excepcionais e joelhos doloridos. Assim pode se definir a breve carreira de Paulo Henrique Ganso, meia que surgiu em 2008 pelo Santos, mas que só foi conquistar respeito e admiração dos torcedores e da imprensa em 2010, junto de Neymar. Em meio à lesões e indefinições em sua renovação com o clube praiano, o jogador saiu do clube pela porta dos fundos e acertou com o rival São Paulo há exatos dois anos. E neste tempo, o atleta alternou muito até a fase atual, sendo o grande armador da equipe, que ainda busca o título do Campeonato Brasileiro. Chamado de "mercenário" por causa da frustrada renovação de seu contrato entre Santos e o Grupo DIS, que à época cuidava da carreira do jogador, Ganso chegou a ser alvo de moedas arremessadas por torcedores quando ainda estava no time alvinegro. Concorrendo com o Grêmio pela aquisição do jogador, o São Paulo anunciou o meia às 2h do dia 22 de setembro de 2012, por R$ 24 milhões, após 32 dias desde que a primeira proposta havia sido realizada oficialmente. Se sua apresentação já causou grande impacto, sua estreia também era bem aguardada. No entanto, ela só foi acontecer dois meses após sua chegada. Depois de se recuperar de lesão no músculo reto femoral da coxa esquerda, adquirida quando ainda jogava pelo Santos, Ganso entrou em campo aos 10 minutos do segundo tempo no dia 25 de novembro de 2012, ajudando o São Paulo a derrotar o Náutico por 2 a 1 diante de um Estádio do Morumbi com 62 mil torcedores. Até por conta de ser final de ano, Ganso não teve muita sequência em 2012, e seu desempenho na equipe passou a ser muito aguardado no ano seguinte. A expectativa aumentou quando o meia marcou o primeiro gol pela equipe na primeira fase do Campeonato Paulista, contra o Atlético Sorocaba. Porém, o técnico Ney Franco dava mais espaço para Jadson, por conta da pouca aplicação de Ganso para ajudar na marcação, que o prejudicou quando o treinador optava por escalar a equipe com três atacantes.

MÁ FASE Após perder nas oitavas de final da Libertadores e pela má campanha no Brasileirão de 2013, Ney Franco foi demitido no começo de julho e pouco tempo depois, deu entrevista ao jornal O Globo em que afirmou que parte da culpa pelo decepcionante desempenho de Ganso tinha a ver com uma "fritura" promovida por Rogério Ceni. De acordo com o técnico, o goleiro e capitão da equipe falava nos corredores que com o meia em campo, o time jogava com "um a menos". Nem mesmo a mudança de ambiente com a chegada de Paulo Autuori fez com que Ganso recuperasse o bom futebol. Apesar de logo em seu primeiro dia o treinador tenha passado cerca de 30 minutos conversando com o meia, o jogador não conseguiu se recuperar e era visto como um dos bodes expiatórios da equipe, que amargava a zona de rebaixamento. Somente após a chegada de Muricy Ramalho que o jogador passou a ter mais oportunidades. Barrando Jadson na equipe titular, o treinador começou a utilizar Ganso com mais frequência, que ajudou o time a sair da zona de rebaixamento e chegar à nona posição do Campeonato Brasileiro. Mesmo tendo a confiança do treinador tricampeão brasileiro, que também já havia comandado Ganso durante a Libertadores conquistada pelo Santos em 2011, a pouca aplicação na marcação, fazia com que parte dos dirigentes o vissem acomodado dentro de campo. Depois de Muricy deixá-lo no banco em vitória contra o Coritiba, o meia melhorou e passou a ser mais ativo não só pelo seu talento individual, mas também no auxílio a seus companheiros.RECUPERAÇÃO Enquanto Neymar despontava como o astro do Brasil na Copa do Mundo, Ganso, quatro anos antes visto como o camisa 10 ideal para a seleção, que não estava na lista de Luiz Felipe Scolari, viajou junto com a delegação do São Paulo para os Estados Unidos, onde fez pré-temporada com a equipe. Com o entrosamento adquirido em Orlando e as chegadas de Kaká e Alan Kardec, formando um forte quarteto também com Alexandre Pato, o meia tornou-se o principal jogador da equipe são-paulina. Com sete assistências e quatro gols no Campeonato Brasileiro, Ganso desponta como um dos principais jogadores da equipe e é um dos nomes mais comentados fora das listas de Dunga da seleção brasileira. Caso continue ajudando o São Paulo a continuar na busca pelo título e fazer uma grande partida no clássico deste domingo contra o Corinthians, o meia tem tudo para se colocar como um dos grandes protagonistas do torneio, finalmente justificando o alto valor de seu passe.

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