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Grandes jogos da Copa do Mundo de 1962

Empate entre URSS e Colômbia e vitória do Brasil sobre o Chile marcaram o Mundial

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Foto do author Almir Leite
Por Almir Leite
Atualização:

Um grande confronto não se mede apenas pelo seu grau de importância. Esse foi o caso do duelo entre União Soviética e Colômbia, pela primeira fase da Copa do Mundo de 1962, que ficou marcado pela emoção e grande quantidade de gols marcados. Outra partida do Mundial que entrou para a história foi a semifinal entre Brasil e Chile, lembrada até hoje pela tensão que cercou o embate.

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UNIÃO SOVIÉTICA 4 X 4 COLÔMBIA

O placar, por si só, já revela no mínimo um jogo movimentado. O empate entre União Soviética e Colômbia, pela primeira fase da Copa do Chile, compensou tanto pela emoção como pelas jogadas de alto nível.

O adversário na semifinal era o Chile, mas as atenções eram todas para o Brasil de Garrincha. Foto: Reginaldo Manente/Estadão

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A partida foi disputada no acanhado estádio Carlos Dittborn, em Arica, único construído para o Mundial e que tinha capacidade para apenas 10 mil pessoas - algo impensável nos dias atuais. O juiz foi um brasileiro, João Etzel Filho. Os soviéticos eram amplos favoritos. Tinham grande time, e o melhor goleiro do mundo, Lev Yashin.

Era impensável o Aranha Negra levar quatro gols em um jogo. E os soviéticos consideraram que a segunda vitória na Copa estava garantida quando abriram 4 a 1 aos 11 minutos da etapa final. Mas a Colômbia, time fraco à época, decidiu não se entregar.

E ganhar ainda mais moral quando, aos 28 minutos do segundo tempo, Coll fez um gol olímpico em Yashin. Depois disso, o arqueiro mostrou-se inseguro, soltou bolas fáceis e falhou em pelo menos um dos gols que os colombianos fizeram para empatar.

A Colômbia não foi longe na Copa. Despediu-se na primeira fase sendo goleada pela Iugoslávia por 5 a 0. A União Soviética caiu nas quartas diante do Chile (2 a 1). Mas ambas foram marcantes no Mundial de 1962 pelo jogo memorável que fizeram.

CHILE 2 X 4 BRASIL

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Clima de guerra. Assim foi definido na época o ambiente para a semifinal da Copa entre Brasil e Chile. A torcida dos donos da casa estava empolgada com a campanha e a possibilidade de chegar à final, derrotando os atuais campeões, e depois conquistar o título. Os jogadores entraram na "pilha''. Nos bastidores, cartolas e políticos faziam pressão sobre a Fifa e a arbitragem.

Até poderia ter dado se o Brasil não estivesse do outro lado. E se Garrincha não estivesse especialmente inspirado. O "anjo das pernas tortas'' simplesmente arrasou os chilenos. Fez um gol de pé esquerdo, outro de cabeça, ambos raros em sua carreira, e o Brasil abriu 2 a 0.

O Chile reagia batendo. Até diminuiu. Mas aí Vavá fez mais dois e acabou com a festa.

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Derrotados, os anfitriões passaram a provocar e a agredir os brasileiros. Até Garrincha perdeu a paciência e deu um "totó'' no chileno Rojas, que caiu se contorcendo como se tivesse levado um tiro.

Mesmo sem ver o lance, o amedrontado juiz peruano Arturo Yamazaki, alertado por um não menos medroso auxiliar, expulsou Garrincha. Mané ainda levou uma pedrada ao deixar o campo.

Mas não ficou fora da final. O Brasil colocou seus dirigentes e até sua diplomacia em campo, conseguiu antecipar o julgamento e obteve a absolvição de Garrincha. Quem acabaria levando a pior foi a Checoslováquia.

NÚMEROS DA COPA

Quantidade de jogos: 32 Gols: 89 Média de gols: 2,78 por jogo Melhor ataque: Brasil (14 gols) Maior goleada: Hungria 6 x 1 Bulgária Média de público: 24.250

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