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Há 25 anos, um Brasil e Chile que não terminou no Maracanã

Farsa no Maracanã custou a carreira do goleiro Rojas no futebol

Por Wilson Baldini Jr
Atualização:

Há 25 anos, no dia 3 de setembro de 1989, a seleção brasileira entrava em campo, no Maracanã, para um jogo contra o Chile pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Era um jogo de vida ou morte: se perdesse, o Brasil estaria, pela primeira vez, fora de um Mundial. Com o estádio superlotado - o público superou as 140 mil pessoas -, a seleção brasileira fez um jogo morno no primeiro tempo, que terminou 0 a 0. No segundo tempo, porém, logo ao 4 minutos, Bebeto lançou Careca, que dominou a bola e marcou o gol. A abertura do placar deu mais tranquilidade ao time de Sebastião Lazaroni, já que o Chile não chegava a incomodar o gol de Taffarel. Aos 24 minutos, porém, aconteceu o inusitado: um sinalizador, atirado da arquibancada pela torcedora Rosenery Mello, caiu perto do gol defendido por Roberto Rojas. As imagens seguintes mostram o goleiro no chão, com a camisa ensanguentada. Os jogadores chilenos cercam Rojas, o levam para o vestiário e não voltam para campo.

O goleiro chileno Rojas foi punido por simular acidente Foto: Ronaldo Theobaldo/Estadão-9/9/1989

Quem estava no estádio e quem assistia ao jogo em todo o País ficou na dúvida sobre o que havia acontecido, e o temor de que o Brasil fosse punido e ficasse sem a vaga se espalhou. Posteriormente, porém, fotos mostraram que o sinalizador, na verdade, caiu longe de Rojas. O goleiro, que havia levado uma lâmina para o campo, fez, por conta própria, um corte no supercílio, fingindo ter sido atingido - na esperança de que o Brasil fosse punido e a vaga para a Copa ficasse com o Chile. A farsa custou muito caro a Rojas, banido do futebol pela Fifa, e ao Chile, que foi impedido de disputar as eliminatórias para a Copa de 1994. Posteriormente, o goleiro foi anistiado e chegou a trabalhar como treinador no Brasil.

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