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Harry, 'pé-quente', torce para o Brasil e quase acerta o placar

Príncipe britânico viu a vitória de 4 a 1 do Brasil sobre Camarões; antes, visitou o Centro de Neurorreabilitação Sarah, em Brasília

Por Lisandra Paraguassu
Atualização:

Eram 10h30 em ponto quando o príncipe Harry, fazendo jus à fama de pontuais dos britânicos, chegou ao Centro Internacional de Neurorreabilitação Sarah Lago Norte. A visita, marcada a pedido do próprio príncipe, encantou pacientes e funcionários, que se aglomeravam nos ginásios para conseguir uma foto ou um sorriso. Simpático e sorridente, Harry agradou ainda mais depois de dizer que iria torcer para o Brasil, no jogo contra Camarões, que assistiu no Mané Garrincha. Ele arriscou um placar - 3 a 1 para o Brasil. Errou por apenas um gol.

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Simpático, informal e lindo, foram alguns dos elogios que o príncipe recebeu. Eduarda Oliveira, 8 anos, foi uma das pacientes escolhidas para receber Harry. “Eu disse para ele 'bem-vindo ao meu país', contou, enquanto ao lado sua mãe, Érica Oliveira, 28 anos, desmanchava-se em lágrimas. Eduarda tem comprometimento físico causado por uma paralisia cerebral por ter nascido aos seis meses, dentro de um carro, entre Anápolis (GO) e Brasília. Faz tratamento na rede Sarah há cinco anos e, ao chegar, usava apenas cadeira de rodas. Hoje, já anda de muletas.

“Ele me ajudou a sair da cadeira e pegar as muletas. Perguntou da minha vida, da escola”, conta Eduarda. “Ele é lindo e muito legal”. Eduarda não vê a hora de poder ir à escola, amanhã. “Vou ter muita coisa para contar”, disse, mostrando o batom rosa e as unhas pintadas de vermelho, tudo pensado para receber o príncipe.

Harry demonstrou interesse de visitar o centro de reabilitação da rede Sarah ao ver fotos do trabalho feito na unidade do Lago Norte. De acordo com a embaixada britânica, o príncipe tem interesse nessa área, especialmente na reabilitação de soldados. Diretora do hospital, Lúcia Willadino Braga conta que Harry mostrou que já conhece bastante da área. “Na conversa ele demonstrou conhecimento dos diferentes tipos de lesões e mostrou muito interesse no método que desenvolvemos, com o apoio das famílias”, contou. Harry perguntou a cada paciente sobre o seu problema, como era o acesso ao hospital, as dificuldades que as famílias enfrentam para conseguir o tratamento, já que o Sarah é público. 

Sentou no chão com as crianças, tocou tambor com um dos bebês em tratamento e brincou com uma das pacientes mais velhas, Lúcia de Oliveira, 60 anos, que tem mal de Parkinson. “Estou me tremendo toda, de frio, de emoção”, brincou Lúcia. “Ontem meu aniversário e ganhei de presente conhecer o príncipe. Ele é lindo e simpático”.

A visita de Harry foi uma cortesia. No entanto, ele conversou com Lúcia sobre um acordo que a rede Sarah está negociando com o hospital Stoke Mandeville, no condado de Buckinghamshire, um dos maiores centros de tratamento de lesões medulares do Reino Unido, para levar o método brasileiro para lá. Já existe um acordo com o Hospital da Criança de Londres e a rede Sarah publicou um livro sobre a metodologia na Inglaterra. “Esperamos que essa conversa acelere o processo”, disse Lúcia.

Depois de conhecer dois dos ginásios em que são feitos diversos tipos de tratamento - basquete e dança em cadeira de rodas, natação, musculação e até um videogame são usados para reabilitação -, Henry foi andar de caiaque com um dos pacientes, o músico Israel Lima,que sofreu um AVC há um ano e se trata no Sarah há 10 meses, e o instrutor Fred Ribeiro no Lago Paranoá. Enquanto o príncipe remava com os dois em uma canoa canadense, outras oito embarcações acompanhavam, incluindo seguranças e salva-vidas do próprio Sarah, uma lancha da Marinha e outra da Polícia Militar Ambiental.

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Para Israel, Harry confessou que irá torcer pelo Brasil e espera que a seleção jogue bem. Ao sair do lago, todo molhado, o príncipe também respondeu uma pergunta: qual seria o placar do jogo. “Três a um para o Brasil, talvez”, disse.

Harry assiste hoje o jogo da seleção e dorme em Brasília. Amanhã, vai para Belo Horizonte, onde visita o centro de treinamento do Minas Tênis Clube, onde treinará a delegação britânica para a Olimpíada de 2016. No dia seguinte, vai para São Paulo, onde deve conhecer o projeto De Braços Abertos, na Cracolândia, um projeto de proteção a Mata Atlântica e outro com crianças carentes, além de participar do baile de Gala em comemoração ao aniversário da rainha Elizabeth, sua avó.

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