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Herdeiro de Dorival planeja ser treinador em 10 anos

Lucas Silvestre é auxiliar técnico do Santos

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Por Gonçalo Junior
Atualização:

O técnico Dorival Junior já está preparando seu sucessor no futebol. É o filho mais velho, Lucas Silvestre, seu auxiliar no Santos. O herdeiro avalia que os próximos dez anos serão suficientes para ele terminar a preparação para ser treinador e, ao mesmo tempo, o pai efetivar sua aposentadoria. “Trabalhar com o pai não é fácil. A cobrança é acima da média. Por outro lado, tenho muitas facilidades, como liberdade e autonomia para trabalhar”, diz Lucas, volante que encerrou a carreira ainda nos juniores.

Antes da decisão de pênaltis que classificou o Santos à final de hoje, Lucas ficou no centro da roda e deu as últimas instruções para os jogadores. Na pré-temporada, teve participação importante no planejamento dos treinamentos. Além disso é ele quem apresenta os vídeos específicos sobre os rivais, antes de cada jogo. “Ainda existe um preconceito grande com o filho do treinador. As pessoas só aceitam mesmo depois de um tempo, quando veem o trabalho”, comenta Lucas. 

Lucas Silvestre é auxiliar técnico do Santos Foto: Maurício de Souza

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O auxiliar de 28 anos conta que uma das razões da boa campanha da equipe – é a oitava final seguida do Santos no Campeonato Paulista – está ligada ao período em que ele e o pai ficaram sem clube após a demissão do Palmeiras no final de 2014. Vale notar que ele nunca usa o pronome “eu” e fala sempre “a gente”, referindo-se a ele e ao pai. “A gente repensou nosso modelo de futebol. Era necessária uma mudança em relação ao acerto de passes. Começamos a montar trabalhos em cima dessa mudança. Procuramos processos pedagógicos para valorização da posse de bola”, diz o graduado em Educação Física. 

No Campeonato Brasileiro do ano passado, o índice de acerto de passes do Santos era de 76%. Hoje, subiu para 86% com picos de 90% em alguns jogos. 

A relação pai e filho só começa para valer do portão do CT para fora. Durante o trabalho, Lucas chama Dorival de “professor”, não pai. Mesmo assim, Lucas procurou um apartamento para morar sozinho. A mãe e os dois irmãos moram em Florianópolis (SC). “É importante que cada um tenha seu momento. Quando morávamos juntos, a gente sempre levava os problemas profissionais para casa”.

A semelhança entre os dois é impressionante, nem tanto física, mas principalmente gestual. Lucas tem a mesma voz – os jogadores já se confundiram várias vezes – e alguns cacoetes, como passar a mão pela boca ou alisar a testa, exatamente como Dorival faz nas entrevistas. 

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