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Holanda vai apostar suas fichas no contra-ataque

Van Gaal deve voltar ao esquema que mescla uma defesa sólida com o poderio ofensivo de Van Persie, Robben e Sneijder

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Por Sergio Torres
Atualização:

Mais do que nunca, a estratégia holandesa dos contra-ataques valerá para a semifinal contra a Argentina, amanhã, na Arena Corinthians. No confronto com a Costa Rica, pelas quartas de final, a seleção de Louis van Gaal queria ganhar o jogo logo no primeiro tempo, tanto que entrou em campo com um plano tático inédito nesta Copa, em que utilizava três atacantes: Robben e Depay abertos pelas pontas e Van Persie na área.

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Não deu certo. Agora, contra uma seleção mais forte, comandada pelo craque Lionel Messi, o treinador voltará ao esquema do qual mais gosta: zagueiros e volantes aos montes, para liberar os jogadores ofensivos – e considerados os melhores da equipe – Arjen Robben, Robin van Persie e Wesley Sneijder.

Mesmo Sneijder tem no esquema de Van Gaal uma importante função defensiva. Cabe a ele o primeiro combate a partir do meio de campo. No jogo de amanhã, o número 10 da Holanda terá a incumbência de atrapalhar os passes em direção a Messi, que partem especialmente dos volantes Javier Mascherano e Lucas Biglia – este, se for mesmo escalado pelo técnico Alejandro Sabella, como tem comentado a imprensa argentina. 

Holanda aposta no talento de Robben e Sneijder Foto: Abedin Taherkenareh/EFE

Van Gaal manterá o trio de zagueiros com o qual começou a Copa, formado por Ron Vlaar, Stefan de Vrij e Bruno Martins Indi. A contusão deste último, logo na segunda partida, contra a Austrália (vitória por 3 a 2), obrigou o técnico a buscar alternativas no elenco.

O esquema defensivo foi desfeito, mas voltou no jogo das quartas de final, decidido nos pênaltis, contra a Costa Rica. Martins Indi já estava recuperado, tanto que, na partida anterior, pelas oitavas (vitória por 2 a 1 sobre o México), substituíra o lesionado Nigel de Jong, principal volante holandês e muito adaptado ao planejamento tático de Van Gaal. De Jong está fora da Copa do Mundo, segundo informou a delegação holandesa em comunicado oficial à Fifa.

ESCALADA As inovações do treinador holandês têm se apresentado jogo a jogo. Contra os mexicanos, por exemplo, ele escalou, surpreendentemente, o reserva Paul Verhaegh no lugar do lateral-direito titular, Daryl Janmaar. 

Contra a Costa Rica, veio com Memphis Depay no ataque. A novidade surpreendeu os jornalistas que têm acompanhado a Holanda, pois Van Gaal nunca apreciou o esquema com três atacantes, por considerar que ele leva a uma fragilização do sistema defensivo.

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Sem falar na escalação do atacante reserva Dirk Kuyt na lateral-esquerda, na lateral-direita e no meio de campo. Nem o jogador esperava, mas diz estar satisfeito, pois conseguiu vaga entre os titulares.

Mas a maior surpresa de Van Gaal nesta Copa – talvez a maior do Mundial – veio ao final da prorrogação da partida das quartas, quando trocou o goleiro titular, Jasper Cillessen, por Tim Krul, terceiro na posição. Estratégia que se mostrou vitoriosa. Krul pegou dois pênaltis, e os costa-riquenhos voltaram para casa.

Como Van Gaal não costuma revelar com antecedência o time que mandará a campo, nem o esquema que empregará, as especulações são sobre a volta à equipe dos ex-titulares Jonathan de Guzman, volante, e Janmaat, lateral-direito. E ainda do aproveitamento entre os titulares do zagueiro Joel Veltman e do volante Jordy Clasie.

Para o treinador, quanto mais encher o meio de campo e a defesa, menos espaço terá Lionel Messi para dar as tradicionais arrancadas e fazer os lançamentos que costumam deixar seus companheiros com chances de marcar.

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Pode parecer contraditório, mas, jogando desse jeito, a Holanda é a seleção que mais fez gols na Copa, ao lado da Colômbia. Foram 12 até agora. E a defesa, que deveria ser inexpugnável já levou quatro gols, sendo dois marcados pela seleção da Austrália, eliminada na primeira fase, com três derrotas.

A cilada holandesa contra a Argentina consistirá em atrair o adversário, anulá-lo com uma linha dupla de defensores, recuperar a bola e, com rapidez, lançar Robben e Van Persie. Esse é o esquema clássico de Van Gaal, treinado com prioridade desde que a seleção chegou ao Rio. Nos treinamentos, ocorre uma rápida troca de passes entre o meio de campo e a intermediária adversária, seguida do passe vertical em direção aos atacantes – Robben, entrando da direita para o meio; Van Persie, mais estático e perto do gol.

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