Publicidade

Japoneses misturam tambores orientais e samba na hora de torcer

Comunidade do Japão em São Paulo se reuniu para assistir a partida em que a seleção oriental enfrentou a Costa do Marfim

PUBLICIDADE

Por Edison Veiga
Atualização:

Essa é a mistura do Japão com o Brasil. Na sede da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, na Liberdade, região central de São Paulo, tambores orientais e a bateria da escola de samba Águia de Ouro esquentaram a torcida na noite deste sábado. Tudo em nome da Copa - no caso, a estreia da seleção da Terra do Sol Nascente contra os africanos da Costa do Marfim. Em um salão no prédio da agremiação, eram cerca de 250 japoneses e descendentes. Para que ninguém perdesse nenhum lance, havia um telão, no centro do espaço, e ainda três TVs menores. "Em primeiro lugar está o Brasil. Mas é claro que hoje (sábado) torço para o Japão", afirmou oempresário Kihatiro Kita, de 70 anos, presidente da Sociedade. Ele nasceu em São Paulo, filho de pai e mãe japoneses - que chegaram ao País em 1928. Esse era o sentimento da maior parte dos presentes. "Funciona assim: torço para o Japão em todos os jogos da Copa, menos se houver Japão e Brasil. Aí sou brasileiro", explicou o administrador de empresas Marcos Kendi Suto, 36 anos, neto de japoneses. Para a torcida concentrada ali na Liberdade, entretanto, a noite não foi das melhores. Depois de comemorarem o primeiro gol, os japoneses viram a seleção de Costa do Marfim "botar água no saquê da fa festa", virando a partida. Mas a Copa continua, é claro. "Estou muito emocionado por estar em São Paulo nesta época de Copa do Mundo no Brasil", disse o cônsul geral do Japão em São Paulo, Noriteru Fukushima, de 55 anos. Ele ocupa o cargo há 1 ano e 10 meses. "Futebol sempre foi muito importante aqui no Brasil e, nos últimos tempos, tem se tornado importante também no Japão." Ele comentou que cerca de 20 mil japoneses estão ou devem vir ao País durante a Copa do Mundo. Não foi apenas na Liberdade, reduto tradicional dos japoneses em São Paulo, que houve confraternização da colônia nipopaulistana - a cidade tem a maior comunidade de japoneses fora do Japão, com cerca de 400 mil nipônicos e descendentes, muito à frente dos segundos colocados Los Angeles e Honolulu, com cerca de 100 mil cada. Na Vila Mariana, o Sushi Kiyo prometia uma dose de saquê grátis aos clientes a cada gol do Japão. Nos Jardins, o restaurante brasileiro NaCozinha foi decoradocom temática oriental e recebeu um grupo de japoneses das áreas de moda e gastronomia. Na Avenida Brigadeiro Faria Lima, o Octávio Café também aderiu à torcida: ali teve degustação de saquê neste sábado à noite.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.