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Jogadores chegam a atingir 33 km/h em partidas da Copa

Recordista é o lateral Júnior Díaz, da Costa Rica; desempenho passa pelo preparo físico adequado e por um trabalho específico

Por Diego Salgado
Atualização:

Não basta ser craque nos tempos em que a obediência tática é parte fundamental do planejamento das seleções que disputam a Copa do Mundo. O desempenho do grande jogador passa também pelo bom preparo físico e pelo trabalho específico com cada um dos 11 atletas em campo. A importância desse fundamento transforma jogadores desconhecidos em referências. 

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O lateral-esquerdo costa-riquenho Júnior Díaz, por exemplo, é o jogador responsável por atingir a maior velocidade nas 62 partidas disputadas até aqui. O recorde (33,8 km/h) foi alcançado no empate por 1 a 1 contra a Grécia, nas oitavas de final, quando a equipe conseguiu a inédita classificação à fase seguinte.

Outro lateral, Aurier, da Costa do Marfim, que joga pelo lado direito, ocupa a segunda posição no ranking, com 33,5 km/h. O uruguaio Alvaro Pereira, por sua vez, atingiu 33,1 km/h, mesma marca alcançada pelo atacante da seleção argentina Gonzalo Higuaín. Na lista, se destacam ainda Balotteli, Di María, além de outros dois laterais-direitos: Srna, da Croácia, e Johnson, dos Estados Unidos. 

De acordo com o fisiologista Turibio Leite de Barros, diretor do Physio Institute, o atleta velocista já conta com a herança genética favorável. "É um fator fundamental. O desenvolvimento da velocidade ocorre com métodos de treinamento", explica.

Diaz é o jogador com a maior velocidade desta Copa do Mundo Foto: Odd Andersen/AFP

Um deles é o treinamento com peso, recurso não aceito nas décadas passadas. O trabalho, segundo Turibio, é essencial para o atleta ganhar velocidade, pois está ligado ao ganho de massa muscular. Os recursos nutricionais e o uso de suprimentos também ajudam na obtenção de bons resultados. 

A seleção brasileira utilizou pela primeira vez a orientação para treinamento com base nos estudos científicos na Copa de 1994. "Antes, não havia um trabalho individualizado. A dupla Parreira e Moraci Sant’anna foi fundamental para isso", afirma Turibio.

Na década de 1970, um jogador corria, em média, de seis a oito quilômetros por partida. Depois de 40 anos, a marca fica entre 11 e 12 quilômetros a cada jogo. O meia Celso Borges, da Costa Rica, é o maior exemplo desta Copa. Em cinco jogos da seleção costa-riquenha, o jogador percorreu 60.400 metros (média de 12 quilômetros por partida). Thomas Müller, até a semifinal, já correu 68.800 metros nos jogos da Alemanha, quase o mesmo número alcançado pelos companheiros Toni Kroos e Philipp Lahm.

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CORRERIAO craque holandês Robben, por sua vez, é um jogador que consegue aliar técnica e velocidade, como Messi e Neymar. Não à toa, o quinto gol marcado contra a Espanha ganhou destaque mundial. No lance, o atacante saiu atrás do zagueiro Sergio Ramos, ainda no campo de defesa, e invadiu a área antes do espanhol. Segundo a Fifa, o atacante atingiu 31 km/h naquela corrida. Durante a goleada (5 a 1 para os holandeses), Robben deu 64 piques no gramado. Contra a Costa Rica, melhorou o desempenho e atingiu 31,6 km/h.

Messi, contra a Nigéria, chegou à marca de 29,6 km/h. Na Copa, o craque ficou atrás de 12 companheiros da equipe argentina. Já Neymar alcançou a velocidade de 31,8 km/h diante da seleção de Camarões, no segundo jogo da Copa do Mundo, quando marcou dois gols na vitória por 4 a 1. Ao lado de Bernard, o camisa 10 é o jogador brasileiro mais bem colocado no ranking. Thiago Silva, Luiz Gustavo, Ramires, Willian, Fernandinho, Marcelo, Hulk e Maicon também ultrapassaram a marca de 30 km/h. Oscar é o dono da maior distância percorrida após os seis jogos disputados pela seleção: 60,7 quilômetros.

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