Kaká marca na reestreia, mas São Paulo perde do Goiás

Com a segunda derrota seguida, clube tricolor estaciona nos 19 pontos, três atrás do G-4 e a nove do líder Cruzeiro

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Por Fernando Faro
Atualização:

Kaká reestreou no São Paulo com gol, mas ouviu as mesmas vaias de quando deixou o clube, 11 anos atrás. Dessa vez, no entanto, ele foi o único poupado da insatisfação dos torcedores: os apupos foram para o resto do time, que destoou do meia e acumulou mais uma fraca exibição na temporada. A partida ruim culminou na derrota por 2 a 1 para o Goiás, a segunda seguida no Brasileirão e resultado que deixa a equipe longe até da briga pelo G-4. Durante a semana os jogadores repetiram à exaustão o mantra de que a derrota para a Chapecoense só se deu pela marcação exemplar dos catarinenses e que o filme seria diferente no Serra Dourada. A autorização dada pelo Orlando City para Kaká estrear só aumentava a confiança dos são-paulinos. Logo nos primeiros minutos já dava para ver que o filme da semana anterior seria repetido. O São Paulo mantinha a bola, mas é um time estéril ofensivamente e não consegue trabalhar jogadas; assim foi pelos 45 minutos iniciais onde apenas Kaká tentava quebrar o torpor coletivo e se movimentava por todos os lados na expectativa de criar alguma coisa. Os demais se limitavam a olhar.

Kaká ficou em campo durante toda a partida Foto: Bruno Spada

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O time repete o mesmo comportamento inoperante e parece desgostoso por estar em campo. A partida contra o Bahia cada vez mais dá sinais de que foi apenas uma exceção. Nada do que se viu na recém-terminada Copa do Mundo - compactação das linhas de marcação, ocupação de espaços, velocidade na saída de bola - é incorporado. É de perguntar o que fez o Tricolor durante a pausa para disputa do Mundial. Em algum momento, Kaká deve ter pensado se não era melhor ter curtido seis meses de férias antes de se juntar ao Orlando. É verdade que alguns jogadores estão longe de encher os olhos, mas Muricy Ramalho deve explicações à torcida - como deveria mesmo se tivesse conseguido o empate, já que são sete meses de trabalho e pouca evolução. Como um time que tem Ganso, Alan Kardec, Souza, Luis Fabiano e tantos outros não consegue ter o mínimo de padrão? Os únicos momentos de pressão surgem na base do desespero, fora isso é um árido deserto de ideias.FALHAS Apesar da absoluta falta de inspiração do São Paulo, dizer que o Goiás merecia o primeiro gol seria um erro, mas Amaral foi oportunista e abriu o placar no único lance de perigo, desviando de cabeça uma falta no fim da primeira etapa. A volta do intervalo trouxe novo gosto de fel aos são-paulinos; aos três minutos, Bruno Mineiro (1,76m) levou a melhor sobre Toloi e Lucão (ambos com 1,85m) e dobrou a vantagem em jogada pelo alto. Sem ter outra alternativa, o Tricolor se lançou ao ataque e até conseguiu algumas chances, mas tudo na base da pressão, sem qualquer trabalho tático. Ainda assim, Kaká aproveitou cruzamento de Pato mal rebatido e descontou. Foi pouco. O Tricolor amargou sua segunda derrota seguida e já está a nove pontos do Cruzeiro. O único que pode lamentar é Kaká. Pela disposição e pela vontade, ele merecia sorte melhor em seu retorno.FICHA TÉCNICA:

GOIÁS 2 X 1 SÃO PAULO GOIÁS -

Renan; Moisés, Jackson, Pedro Henrique e Lima; Amaral, Thiago Mendes, David e Ramon (Tiago Real); Erik (Valmir Lucas) e Bruno Mineiro (Wellington Júnior).

Técnico -

Ricardo Drubscky.

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SÃO PAULO -

Rogério Ceni; Rafael Toloi, Rodrigo Caio e Lucão (Maicon); Douglas, Souza (Osvaldo), Paulo Henrique Ganso, Kaká e Alvaro Pereira; Ademilson (Alexandre Pato) e Alan Kardec.

Técnico -

Muricy Ramalho.

GOLS -

Amaral, aos 44 minutos do primeiro tempo; Bruno Mineiro, aos 3, e Kaká, aos 31 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO -

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Leandro Pedro Vuaden (Fifa/RS).

CARTÕES AMARELOS -

David e Erik (Goiás); Paulo Henrique Ganso (São Paulo).

RENDA -

R$ 538.155,00.

PÚBLICO -

12.847 pagantes.

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LOCAL -

Estádio do Serra Dourada, em Goiânia (GO).

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