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Lá vem Copa

A um ano do Mundial da Rússia, não há favoritos e o Brasil recupera o prestígio

Por Antero Greco
Atualização:

Parece que foi dia desses que ainda se falava por aqui “Quero ver na Copa”, “Não vai ter Copa”, “Puxa, que Copa!”. Bem como não sai da lembrança o 7 a 1 para a Alemanha, placar mais vergonhoso da história da seleção brasileira e que virou mote para definir tudo o que ocorre de errado nesta terra. No entanto, num piscar de olhos, já estouraram diversos escândalos (bola cantada) de superfaturamento em obras, além de diversos estádios inúteis. Assim como topamos com o marco de um ano para o próximo Mundial, o 21.º desde 1930, e pela primeira vez na Rússia. País que, em muitos aspectos – nem sempre os mais lisonjeiros – se assemelha ao nosso. No que se refere estritamente à bola, eis uma competição que vem precedida por razoável ponto de interrogação. Pela primeira vez, nas duas últimas décadas, não há ao menos uma equipe favorita, aquela previamente a despontar como barbada. Mesmo que, na prática, não necessariamente venha a confirmar os prognósticos generosos. Vive-se uma fase de transição no universo boleiro, espécie de reflexo dos tempos que correm em diversas áreas da atividade humana. Claro que, por respeito a “camisa”, currículo e qualidade – e até por resultados atuais –, ao se falar em candidatos logo vêm em mente Alemanha, Brasil, Itália, Argentina e, mais recentemente, Espanha. E, vá lá, a França vice-campeã europeia. Portugal tem o maravilhoso Cristiano Ronaldo e o título continental. Pode fazer barulho? Terá fôlego para a taça? Ou seja, os mesmos de todas as listas... Os russos são lembrados mais pelo fator casa do que competência e força. Salvo surpresa das surpresas e sinal de revolução no cosmos, não se vislumbra um azarão que venha da América do Norte, da Ásia ou da África. A tendência é a de que, dessas regiões populosas, venham só coadjuvantes, a preencher a quota de vagas da Fifa. Claro que os alemães, legítimos campeões do mundo, encabeçam a preferência popular. Não por acaso lideram em casas e sites de apostas. A base vencedora de 2014 está mantida, a começar pelo técnico Joachim Löw. Apesar de optar por formação experimental para a Copa das Confederações, no ano que vem o treinador deverá contar com Neuer, Hummels, Khedira, Muller, Kroos e outros astros medalhados. Jamais se duvide do ímpeto tedesco! E não é que o Brasil ainda cativa a opinião pública internacional?! A turma da amarelinha sustenta a segunda colocação nos prognósticos, que não levam em conta o ranking da Fifa. No que fazem muito bem. O time nacional teve o coreto bagunçado no fiasco como anfitrião da última Copa e penou sob o comando de Dunga. A chegada de Tite devolveu-lhe compostura. A seleção evolui, não depende mais só do talento de Neymar, tem remanescentes de 2014 e uma leva nova e promissora, capitaneada por Gabriel Jesus. Não alinho com o bloco dos eufóricos – vejo 2022 como auge dessa geração –, tampouco me uno aos agourentos.  A Argentina tem um punhado de estrelas, com Messi à frente, e finalmente encontrou um orientador fino, na figura de Jorge Sampaoli. Espera-se coisa boa dos hermanos, e sou dos que torcem por eles. Brasileiros e argentinos jogam muito.  A Espanha confiou o grupo a Jorge Lopetegui, que busca renovação e ainda terá a base de experientes como Piqué, Sergio Ramos, Busquets, Iniesta. A Itália foi entregue para Giampiero Ventura, empenhado em tarefa similar à do colega espanhol. A Azzurra não tem craques, mas gente rodada como Buffon, Chiellini, Bonucci, Marchisio, De Rossi. Uma incógnita. Situação idêntica à de Didier Deschamps, na França, hoje carente de um líder como já teve em Platini e Zidane.  Uma coisa é certa: a Copa será divertida. Façam suas apostas. Eu não faço, por princípio e por cautela.

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