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Luís Fabiano: O dono da camisa 9 da seleção brasileira

Atacante foi o principal jogador do time do técnico Dunga e se tornou nome certo na lista para a Copa 2010

Por Gabriel Navajas
Atualização:

Se tem um jogador que se destacou na seleção brasileira em 2009 e pode se considerar convocado para a Copa 2010, esse é o centroavante Luís Fabiano, do Sevilla. Seus gols o transformaram no grande nome da campanha nacional na temporada. Titular absoluto hoje, ele acredita que está perto de se garantir no Mundial. Prefere esperar pelo nome na lista de Dunga. Mas todos sabem que o camisa 9 ganhou a confiança do treinador em campo, graças a gols importantes como os dois diante do Uruguai, no Morumbi, ou ainda contra a Argentina, em Rosário, pelas Eliminatórias. "Foi um ano bom para mim. Fico feliz em voltar para a seleção, depois de um tempo, e acontecer tudo o que aconteceu comigo", disse.

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A primeira partida com a camisa amarela foi em 11 de junho de 2003, contra a Nigéria. Logo na estreia, marcou um dos 3 a 1 sobre os africanos. Os números de Luís Fabiano na seleção são assombrosos. Em 36 partidas, ele anotou 25 gols. Já foi convocado 53 vezes. Só neste ano, o artilheiro do Brasil nas eliminatórias (9 gols) balançou as redes 11 vezes em 10 partidas, o que lhe confere a marca de mais de um gol por jogo em 2009.De folga no Brasil, Luís Fabiano aproveitou para dar uma passada no Reffis do São Paulo. O atacante se recupera de entorse no tornozelo direito. Estava acompanhado do fisioterapeuta do clube espanhol, Rafael Alonso. O atacante comenta sobre a grande fase que atravessa, o excelente ano pela seleção Brasileira e faz uma projeção em relação à Copa do Mundo. Pede atenção com a Costa do Marfim e acredita que a Espanha pode ir longe. E não está preocupado com a concorrência pela camisa 9.JORNAL DA TARDE - O que você pode dizer do seu ano na seleção brasileira?

LUIS FABIANO - Esse ano realmente foi muito bom para mim e para a seleção também. Foi o ano que eu pude ter uma sequência, me firmar definitivamente com a camisa da seleção. Fico feliz porque depois de algum tempo voltar para a seleção da maneira que foi e acontecer tudo o que aconteceu não é fácil. Se firmar com a camisa do Brasil não é fácil, ainda mais para um atacante. Fico muito feliz por tudo isso e espero continuar dando alegria e dando conta do recado.

 

Esperava que fosse se firmar tão rápido assim?

Sinceramente, quando eu voltei para a seleção o meu pensamento era de poder entrar e aproveitar as oportunidades, como todo mundo. O ano foi muito bom e realmente eu não esperava fazer tudo aquilo que fiz (gols e boas partidas), mas com certeza sempre sonhei e na minha cabeça sempre esteve o pensamento de continuar por muito tempo com a camisa da seleção e ser um jogador importante para o time. Isso eu sempre pensava.

 

Acha que deu um passo à frente em relação aos concorrentes do ataque, como Pato e Nilmar, para se garantir na Copa depois de um ano tão bom?

Eu fiz de tudo para chegar aqui e ser um dos nomes pensados por Dunga. O ano foi bom, ajudei a seleção a conquistar títulos e muitas coisas. Acho que no final isso vai contar para ser convocado.

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E como anda a concorrência pela camisa 9?

Eu acredito que todos os jogadores que têm qualidade e um certo nome, todos têm chance de ir para a Copa. Isso aí a gente vai ver só quando começarem os campeonatos. Eu acredito que todo mundo com chance de mostrar serviço tem condição. Mas quem decide é o treinador. Eu estou tranquilo em relação a isso porque tenho uma confiança enorme do treinador, da comissão técnica. Estou muito bem com eles, tenho um relacionamento excelente. Estou tranquilo nesse ponto.

 

Que análise você pode fazer do Dunga e o que ele representou para você na seleção?

O Dunga foi importantíssimo porque me deixou tranquilo para eu desempenhar o meu melhor e sempre conversava comigo.

 

Como é o trabalho de Dunga como técnico? Havia certa desconfiança em torno dele...

É um treinador sereno, que conversa bastante com o jogador, transmite uma confiança ao atleta. E isso é fundamental para o treinador. Transmitir confiança e o jogador sentir segurança no que ele fala e ensina, saber que o treinador está com ele, e o Dunga é assim. Ele conversa com todo mundo, transmite que quem estiver melhor vai jogar sempre. Para um grupo isso é excelente porque todo mundo se sente importante e sabe que vai pintar uma oportunidade a qualquer momento. Isso faz crescer o rendimento de todos.

 

O que você achou do grupo do Brasil na Copa do Mundo? A seleção enfrentará Coreia do Norte, Costa do Marfim e Portugal.

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Analisando rapidamente as três equipes, vou ser sincero e dizer que a Coreia do Norte eu realmente não conheço. Não sei nada. Portugal nós já jogamos contra (em 2008, o Brasil venceu por 6 a 2, no Distrito Federal). É uma seleção que tem grandes jogadores, o Cristiano Ronaldo, melhor do mundo, e tudo isso. É muito complicado jogar uma Copa contra uma seleção que tem tanta qualidade e jogadores importantes no futebol mundial, como é o caso dos portugueses. Contra a Costa do Marfim eu acho que vai ser um jogo complicadíssimo, porque eu conheço alguns jogadores que jogam comigo no Sevilla, eles são fortes, correm muito e têm muita qualidade também. Os dois jogos serão muito complicados. Não podemos tirar a Coreia também dessa situação, nunca se sabe, né? No futebol muita coisa acontece, mas eu acho que é um grupo bastante forte.

 

Que seleções você vê como favoritas para o título?

Como eu vivo na Espanha, hoje todo mundo cogita a Espanha como favorita, a seleção que vai chegar na final, que vai ganhar a Copa do Mundo. Está jogando um futebol atraente, bonito, alegre. A Espanha realmente é uma das favoritas. Mas acompanhando outras Copas, a Itália sempre chega, a Alemanha... E não posso descartar a Argentina, que é uma grande seleção também.

 

Contra o Uruguai (novembro de 2007), no Morumbi, você fez os dois gols do Brasil e correu para o escudo do São Paulo. Por quê? Já estava com isso na cabeça por ter feito sucesso no clube?

Com toda a sinceridade do mundo, isso foi na hora. Eu fiz o gol daquele lado e quis comemorar com a torcida e naquele momento vi o escudo do São Paulo. Como eu tenho um carinho grande pelo São Paulo, passei muitas coisas no São Paulo, sempre fui muito bem recebido e deixei amigos lá, me veio na cabeça de ir no símbolo e comemorar ali com o torcedor. Foi uma coisa que não era pensada. Foi na emoção.

 

Você pensa em voltar para o São Paulo algum dia?

Penso em voltar para o Brasil. Tenho esse pensamento daqui a dois, três anos. Vou realizar esse meu pensamento e o São Paulo sempre vai ser a primeira opção, com certeza, sem descartar qualquer outro grande clube do Brasil, porque nunca se sabe o que pode acontecer. Mas, pelo carinho e pelo que vivi no São Paulo, vai ser a primeira opção.

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Você continua no Sevilla para a próxima temporada? Há alguns meses você foi procurado pelo Milan...

No momento eu sei que tenho mais um ano e meio de contrato e vou procurar cumprir esse prazo, é o certo, o que está assinado. De repente pode acontecer alguma coisa antes, mas no momento só sei que tenho mais um ano e meio no Sevilla.

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