Mauro Silva diz não saber o que faz o 'auxiliar pontual'
Ex-volante diz que aceita o convite por amizade a Dunga e Gilmar Rinaldi e revela que ainda não sabe como vai ajudar
Por Gonçalo Junior
Atualização:
Nem o próprio Mauro Silva, anunciado nesta quarta-feira como "auxiliar técnico pontual" da seleção brasileira, tem informações detalhadas sobre sua função, uma novidade na comissão técnica. "Recebi o telefonema do Dunga e do Gilmar e aceitei na hora, mas ainda não sentamos para conversar sobre os detalhes da minha contribuição. Não tenho muito conteúdo sobre a função e, por isso, prefiro não comentar muito", disse o volante campeão de 1994. De acordo com Gilmar Rinaldi, coordenador geral de seleções, Mauro Silva será um auxiliar técnico pontual para os dois primeiros amistosos que a seleção vai realizar depois da Copa do Mundo, marcados para setembro, nos Estados Unidos. No dia 5, a equipe enfrenta a Colômbia, em Miami. Quatro dias depois, vai enfrentar o Equador, em Nova Jersey. A princípio, outro auxiliar técnico pontual pode ser chamado para os amistosos seguintes. O auxiliar técnico "permanente" é Andrey Lopes, que trabalhou com Dunga no Internacional. "Vamos chamar jogadores que já foram campeões do mundo para termos esse DNA em nossa equipe. Queremos que esse profissional seja sempre o nosso olho crítico, apontando aquilo em que podemos melhorar", revelou Gilmar Rinaldi.
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Mauro Silva reconhece que o principal motivo para aceitar o convite, mesmo sem saber detalhes sobre sua função, foi a amizade com Dunga e Gilmar, com os quais atuou na seleção tetracampeã em 1994, nos Estados Unidos. "Eles são meus amigos e não podia recusar. É um momento importante do futebol brasileiro", disse.
A reunião entre o ex-volante, Dunga e Gilmar ainda não tem data definida. "O momento da reunião não está fechado. Não posso dizer quando será realizada", afirmou Mauro Silva.
COMPETÊNCIA
A escolha da comissão técnica, baseada no critério do "DNA campeão", atualiza um traço característico da trajetória de Dunga como jogador e treinador: a valorização do resultado acima de tudo.
Em várias entrevistas, o treinador já enalteceu a conquista de 94, criticando, veladamente ou não, a geração de 1982, considerada por muitos como uma das melhores de todos os tempos, mas que foi derrotada na Copa da Espanha.
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O comentarista Júnior, lateral da equipe de 1982, vê com ressalvas o critério utilizado para a escolha dos parceiros de Dunga. A partir dele, jJogadores como Falcão e Zico, por exemplo, reconhecidos no mundo todo, seriam cartas fora do baralho. "Existem pessoas muito mais competentes do que aquelas que estão lá, mas que não foram campeãs. Não é só um título que significa competência", diz Júnior.
Por outro lado, o ex-centroavante Serginho, camisa 9 da equipe de 1982, afirma que é importante que Dunga escolha pessoas já conhecidas. "Ele está levando pessoas de confiança, como Mauro Silva e Taffarel (preparador de goleiros), para começar uma reformulação".
A função de auxiliar técnico pontual também deixa Júnior desconfiado. Em sua opinião, o problema é a falta de continuidade no trabalho de conselheiro do treinador. "Nenhuma seleção do mundo faz isso. É novidade. O Mauro Silva poderia ser o auxiliar permanente."