Mauro Silva não sabe o que faz um 'auxiliar pontual' da seleção

Volante do time tetracampeão em 1994 diz que aceitou o convite por amizade a Dunga e Gilmar e que ainda não sabe como vai ajudar

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Por Gonçalo Junior
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Nem o próprio Mauro Silva, anunciado nesta quarta-feira como "auxiliar técnico pontual" da seleção brasileira, tem informações detalhadas sobre sua função, uma novidade na comissão técnica. "Recebi o telefonema do Dunga e do Gilmar e aceitei na hora, mas ainda não sentamos para conversar sobre os detalhes da minha contribuição. Não tenho muito conteúdo sobre a função e, por isso, prefiro não comentar muito", diz o volante campeão de 1994.

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De acordo com Gilmar Rinaldi, coordenador geral de seleções, Mauro Silva será um auxiliar técnico pontual para os dois primeiros amistosos que a seleção brasileira vai realizar depois da Copa, marcados para setembro, nos Estados Unidos. No dia 5, a equipe enfrenta a Colômbia em Miami. Quatro dias depois, vai enfrentar o Equador em Nova Jersey.

A princípio, outro auxiliar técnico pontual será chamado para os amistosos seguintes. O auxiliar técnico "permanente" é Andrey Lopes, que trabalhou com Dunga no Inter.

"Vamos chamar jogadores que já foram campeões do mundo para termos esse DNA em nossa equipe. Queremos que esse profissional seja sempre o nosso olho crítico, apontando aquilo em que podemos melhorar", revelou Gilmar Rinaldi.

Mauro Silva foi companheiro de Dunga no meio-campo da seleção de 1994 Foto: Nilton Fukuda/Estadão - 06/06/2014

Mauro Silva reconhece que o principal motivo para aceitar o convite, mesmo sem saber detalhes sobre sua função, foi a amizade com Dunga e Gilmar, com os quais atuou na seleção tetracampeã em 1994, nos Estados Unidos. "Eles são meus amigos e não podia recusar. É um momento importante do futebol brasileiro", diz Mauro Silva.

A reunião entre o ex-volante, Dunga e Gilmar ainda não tem data definida. "O momento da reunião não está fechado. Não posso dizer quando será realizada", diz Mauro Silva.

COMPETÊNCIA A escolha da comissão técnica, baseada no critério do “DNA campeão”, atualiza um traço característico da trajetória de Dunga como jogador e treinador: a valorização do resultado acima de tudo.

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Em várias entrevistas, o treinador já enalteceu a conquista de 94, criticando, veladamente ou não, a geração de 1982, considerada por muitos como uma das melhores de todos os tempos, mas que foi derrotada na Copa da Espanha.

O comentarista Júnior, lateral da equipe de 1982, vê com ressalvas o critério utilizado para a escolha dos parceiros de Dunga. A partir dele, jogadores como Falcão e Zico, por exemplo, reconhecidos no mundo todo, seriam cartas fora do baralho. "Existem pessoas muito mais competentes do que aquelas que estão lá, mas que não foram campeãs. Não é só um título que significa competência", diz Júnior.

Por outro lado, o ex-centroavante Serginho, camisa 9 da equipe de 1982, afirma que é importante que Dunga escolha pessoas já conhecidas. "Ele está levando pessoas de confiança, como Mauro Silva e Taffarel (preparador de goleiros), para começar uma reformulação".

A função de auxiliar técnico pontual também deixa Júnior desconfiado. Em sua opinião, o problema é a falta de continuidade no trabalho de conselheiro do treinador. "Nenhuma seleção do mundo faz isso. É novidade. O Mauro Silva poderia ser o auxiliar permanente." 

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