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Nas arenas do Mundial, torcida sente falta do ‘padrão Fifa’

Torcedores de três cidades enumeraram os problemas dos novos estádios menos de dois dias após o final da Copa do Mundo

Por Angela Lacerda , Anna Ruth Dantas e Fátima Lessa
Atualização:

Os primeiros jogos da Série B nas novas arenas que foram utilizadas na Copa do Mundo não empolgaram o público. Em Recife, Natal e Cuiabá, poucos torcedores e a percepção geral de uma mudança abrupta nos serviços oferecidos, que agora não contam mais com o chamado 'padrão Fifa'. Em Cuiabá, quem foi à Arena Pantanal assistir à vitória do Vasco sobre o Santa Cruz por 4 a 1 ficou decepcionado com o que viu. Lixo e entulho espalhado por todos os lados, dentro e no fora do estádio, iluminação precária no entorno, poucos policiais e falta de informações. O barman Junior Santana, que trabalhou nos jogos da Copa, disse que na quarta-feira tomou um susto. "O chão que antes brilhava apesar de existir mais gente, hoje está imundo, há muita poeira no local, os espaços lounges estão caindo aos pedaços."

O advogado Clóvis Andrade sente falta da cerveja na Arena Pernambuco Foto: Arquivo Pessoal

O engenheiro Gideon Rosa esteve nos quatro jogos da Copa na Arena Pantanal. Na quarta voltou ao estádio e disse que se arrependeu. "O trânsito estava uma bagunça e a gente não teve opção de estacionamento", disse. Na opinião do engenheiro florestal Herveton Neves Rodrigues Moraes, o padrão Fifa era apenas para gringo. "O padrão Fifa foi junto com o hexa do Brasil", comentou. "Tem lixo espalhado nos banheiros, papel higiênico usado no chão! Na Copa tinha o pessoal da limpeza e hoje não tem ninguém."  Quem foi trabalhar também se surpreendeu. No local da imprensa não havia cadeiras e mesas - tudo estava jogado em um canto. "Não há cabos de energia, estações de trabalho e nem internet wi-fi", lamentou a jornalista Camila Ribeiro. NATAL O primeiro jogo na Arena das Dunas após o Mundial teve um público de 4.900 presentes. Em campo, o América-RN venceu o Bragantino por 4 a 2. Assim como no Recife, quem foi ao jogo no Rio Grande do Norte sentiu muita diferença. O administrador Fernando José da Silva Maia, 35 anos, afirmou que as arquibancadas temporárias, que permitiram aumento de 12 mil lugares na capacidade do estádio, já estavam sendo desmontadas. "Nos telões não passam os replays como na Copa", reclamou. RECIFE Em São Lourenço da Mata, região metropolitana do Recife, 6.464 pessoas foram à Arena Pernambuco ver o Náutico vencer o Sampaio Corrêa por 1 a 0. Em relação aos jogos do Mundial, muita coisa mudou. A tropa de choque da Polícia Militar estava com presença ostensiva, já não se vende mais cerveja dentro do estádio, os telões não mostraram nenhum replay, o acesso à arena foi muito mais demorado e difícil para quem foi ao jogo de metrô. O advogado Clóvis Andrade, 32 anos, notou que não há mais replays nos telões, entre outras mudanças. "Não vende mais cerveja dentro do estádio", lamentou o torcedor, que ainda diz sentir falta das lojas da Fifa do lado de fora do estádio. "Dava para comprar lembranças, lanches e bebidas."

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