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Neto de herói uruguaio sonha em surpreender o Palmeiras na Libertadores

Alejandro Hohberg é destaque do Alianza Lima e se inspira no passado do avô, que foi campeão pela equipe como treinador

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Por Ciro Campos
Atualização:

Se o Alianza Lima, rival do Palmeiras nesta terça-feira, não impressiona por colecionar títulos em Libertadores ou poderio do elenco, pelo menos um jogador impõe respeito por descender de uma linhagem tradicional do futebol sul-americano. O meia Alejandro Hohberg, de 27 anos, é neto de um ex-atacante que fez história em Copas do Mundo e brilhou no futebol de dois países.

Juan Eduardo Hohberg morreu em 1996, quando o neto Alejandro tinha cinco anos. Nascido na Argentina, filho de alemães e naturalizado uruguaio, Juan fez história no Peñarol na década de 1940. Do forte quinteto ofensivo do time de Montevidéu, apenas ele ficou fora do elenco que veio ao Brasil em 1950 para conquistar a Copa.

Hohberg é neto de ídolo uruguaio das décadas de 1940 e 1950 Foto: Divulgação/Alianza Lima

O então veloz atacante entraria para a história dos Mundiais na edição seguinte, em 1954, na Suíça. Hohberg se esforçou demais em campo na semifinal contra a Hungria para conseguir nos minutos finais empatar jogo que o time perdia por 2 a 0. O uruguaio conseguiu e ao marcar o gol do empate, desmaiou em campo e precisou ser atendido pelos médicos.

A garra de quem foi acordado graças a uma massagem cardíaca e ainda jogou a prorrogação da semifinal ficou marcada na história. A foto de Hohberg em atendimento pelos médicos à beira do gramado virou icônica na história do futebol uruguaio.

Hohberg voltaria a fazer história anos depois, mas já como treinador. O uruguaio conduziu o time do país à semifinal da Copa de 1970, no México. A equipe chegou a sair na frente do Brasil, até permitir a virada por 3 a 1 e depois terminar a participação em quarto lugar, ao perder a disputa da terceira colocação para a Alemanha.

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Ao fim desse trabalho, o treinador se mudou para o Peru, onde começaria indiretamente a história do neto, Alejandro. O ex-atacante se fixou em Lima e iniciou uma passagem de destaque pelo Alianza Lima. O uruguaio ganhou dois campeonatos peruanos pelo time da capital e se transformou em um ídolo dos torcedores.

A ligação entre Peru e Uruguai voltou a ficar intensa anos depois para a família Hohberg. Alejandro nasceu em Lima e tentou começar a carreira de jogador no país do avô. O meia iniciou a trajetória profissional em times de Montevidéu. Como morou 15 anos na cidade, ficou com um forte sotaque uruguaio, que o distingue bastante dos colegas de clube.

O meia do Alianza Lima tem como principal virtude em campo o chute de fora de área. Foi por esse atributo que conseguiu, inclusive, marcar um gol pela competição contra um time brasileiro. Hohberg estava no pequeno Universidad Cesar Vallejo, do Peru, quando anotou contra o São Paulo, em 2016, um dos melhores anos da sua carreira.

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Naquela temporada o meia foi convocado para a disputa da Copa América Centenário e disputou duas partidas como titular do Peru no torneio. Logo depois, no começo do ano seguinte, foi contratado pelo Alianza Lima, onde foi recebido com festa principalmente pela ligação com o avô paterno, ídolo da torcida pelos títulos conquistados na década de 1970.

Contra o Palmeiras o jogador deve ser titular. Hohberg terá a responsabilidade de ajudar o time reagir após ganhar só uma das cinco últimas partidas e sonha em repetir a campanha liderada pelo avô. Em 1978, o então técnico Hohberg conseguiu levar o Alianz Lima à semifinal da Libertadores.

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