Publicidade

Neymar começa a conquistar Paris com dança e gols

Craque fez referências a rapper, à paixão pelo futebol, ao dinheiro e ao luxo; mas vida na capital por enquanto é discreta

PUBLICIDADE

Por Andrei Netto e correspondente em Paris
Atualização:

Ao marcar um de seus dois gols na vitória de 6 a 2 contra o Toulouse, pelo Campeonato Francês, domingo passado, Neymar segurou a bola com uma das mãos e curvou o corpo, em gesto de dança em que prestou homenagem a um dos maiores ídolos do Paris Saint-Germain, o volante Matuidi, vendido à Juventus. Na comemoração, o craque também enviou um recado à torcida: dançou o “Charo’’, referência a um dos clipes do rapper francês Niska.

Envolto em sinais de paixão pelo PSG e pelo dinheiro – carros de luxo e maços de euros aparecem em destaque –, o clipe é um dos símbolos da cultura da periferia “made in Paname’’, gíria pela qual Paris é chamada pelos moradores da região metropolitana.

  Foto: THOMAS SAMSON | AFP

PUBLICIDADE

Assim, em um só gesto, Neymar cultuou um ídolo do clube, fez uma deferência à torcida do PSG e elogiou o modo de viver dos moradores da periferia de Paris. Nada mal para quem ainda está se adaptando à cidade.

Instalado em Paris há menos de um mês, o astro dá mostras diárias de não só já ter conquistado os torcedores, mas também de estar se ambientando sem problemas à nova cidade. Cercado de brasileiros na equipe – Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Lucas, além do ítalo-brasileiro Thiago Motta –, Neymar tem ainda a companhia de seus “parças’’, os amigos mais próximos, flagrados em fotos ao lado do craque em um iate de luxo na Côte d’Azur logo após a assinatura do contrato de € 30 milhões (cerca de R$ 112,8 milhões) líquidos por ano ao longo de cinco anos.

Idolatria. O brasileiro já é um verdadeiro ídolo dos próprios companheiros de equipe. O lateral Kurzawa já o definiu como “ impressionante’’, enquanto o volante Verratti ressaltou o prazer de jogar ao lado dele.

Desde que chegou a Paris Neymar mora em um hotel de luxo, o cinco estrelas Royal Monceau, situado em um dos endereços mais caros da capital, o 8.º distrito, junto ao Arco do Triunfo e a cinco minutos a pé da Avenida Champs-Elysées. No “hotel das estrelas’’, onde de hábito se hospedam astros do cinema e da música, o quarto “simples’’ custa € 700 (R$ 2,6 mil) por noite; os mais caros vão a mais de € 10 mil (R$ 37,6 mil).

Seu endereço permanente em Paris, se já foi escolhido, ainda não foi ocupado e é mantido em sigilo pela família, por seus empresários e pelo clube. O segredo é tamanho que a imprensa francesa, como o jornal Le Figaro, se diverte publicando reportagens sobre onde Neymar poderia morar com o salário que tem. “Felizmente, com tal contrato, o atacante brasileiro pode pagar uma das mais belas casas de Paris’’, diz o jornalista Enrique Moreira, do jornal de economia Les Echos.

Publicidade

Além dos gols e das atuações de luxo, o que se sabe de Neymar em Paris é muito pouco. O craque não só está blindado pelo clube e pelos empresários, como conta também com um guarda-costas impressionante: o franco-argelino Nordine Taleb, lutador de MMA de 36 anos.

Com isso, o que chega ao público é praticamente só o que o próprio craque divulga em redes sociais ou fala em raras entrevistas. Há horas em videogames, em compromissos de marketing, salas de musculação e treinamento, além de escapadas de jato executivo a Saint-Tropez ou a Barcelona. Mas nada, ou quase nada, sobre Neymar em restaurantes, salas de espetáculos ou museus que fazem a fama da capital francesa.

“Eu estou me sentindo em casa porque os jogadores me ajudam bastante. Então, estou muito tranquilo, muito feliz. Agora, preciso me adaptar o mais rápido possível para estar melhor fisicamente. Ainda posso melhorar, mas estou feliz com meu início’’, disse o craque após o confronto com Toulouse.

Neymar deixa claro que se sente mais adaptado ao gramado do Parque dos Príncipes do que à vida cultural e social de Paris. “(A adaptação) está avançando aos poucos. Eu ainda não conheço bem a cidade’’, admitiu, lembrando contar com uma ajuda essencial. “Tento me adaptar o melhor possível, falando com os brasileiros para ouvir seus conselhos.’’

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.