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'Nível está muito baixo e os árbitros não têm personalidade', opina Arnaldo Cezar Coelho

Comentarista ataca arbitragem brasileira e critica escolha de Sandro Meira Ricci para o Mundial da Rússia

Foto do author Raphael Ramos
Por Raphael Ramos
Atualização:

Primeiro sul-americano a apitar uma final de Copa do Mundo, em 1982, e comentarista da TV Globo desde 1989, Arnaldo Cezar Coelho não está seguro que o Mundial da Rússia terá jogos com arbitragem em alto nível. Em entrevista ao podcast Estadão na Copa, o ex-árbitro considera que as experiência feitas pela Fifa com o VAR (sigla em inglês de video assistant referee ou árbitro assistente de vídeo) na Copa das Confederações e no Mundial de Clubes foram “um desastre”. Coelho também critica Sandro Meira Ricci como representante do Brasil no quadro de árbitros do Mundial.

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O que podemos esperar da arbitragem na Copa do Mundo? Não sei como os árbitros vão se comportar com o Big Brother da arbitragem, que é o VAR. Os árbitros podem fazer com que a VAR se torne uma muleta e, com isso, entregar ao vídeo praticamente todas as decisões. O que posso dizer é que estou curioso.

Arnaldo Cezar Coelho trabalhou em duas Copas Foto: Paulo Giandalia/Estadão

Qual é a sua avaliação dos testes feitos com o VAR até agora? A experiência que fizeram na Copa das Confederações e no Mundial de Clubes foi um desastre. Teve juiz que marcou pênalti em lance de impedimento e o VAR corroborou. Em outras situações, o VAR pediu para o árbitro do campo revisar a sua decisão. Nos campeonatos nacionais de países que adotaram o VAR está dando confusão. No jogo Sporting x Belenenses, pelo Campeonato Português, o VAR apitou praticamente sozinho e interferiu quatro vezes em quatro jogadas polêmicas. Na Alemanha, depois que acabou o primeiro tempo, o VAR foi avisado para verificar um lance, resolveu marcar pênalti e mandou as equipes voltarem a campo para a cobrança. Isso é estranho. Quem defende o VAR acha que ele vai ser a solução de todos os problemas da arbitragem, e não vai ser.

O que podemos esperar de Sandro Meira Ricci na Copa? O Sandro no Brasil é uma coisa. Fora do Brasil é totalmente diferente. É um cara que apita dentro dos padrões que a Fifa gosta. Ou seja, é um árbitro que não cria problema, é muito mais teórico e tranquilo. É um árbitro que, no Brasil, se preserva e até não gosta de apitar. O Wilton Pereira Sampaio, que vai para a Copa como árbitro de vídeo, por exemplo, está em situação muito melhor do que ele e está mais conceituado no Brasil e até mesmo na América do Sul. Um dos assistentes do Sandro, o Emerson (Augusto de Carvalho), não era para ir à Copa. Ele fez confusão no Campeonato Brasileiro e nas Eliminatórias, quando omitiu ter sido xingado pelo Messi. Isso é um mau exemplo aos demais assistentes.

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Qual é a sua análise sobre a arbitragem brasileira em comparação aos outros países? Ficou mais difícil de apitar porque o jogo está mais corrido e dinâmico. Por outro lado, a formação dos árbitros não está sendo correta. Eles estão sendo formados muito mais pela aptidão física do que pela aptidão técnica. O nível está muito baixo. Infelizmente, os árbitros não têm personalidade e deixam passar lances incríveis.

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