No duelo tático de Itaquera, Palmeiras deve atacar mais que o Corinthians

Alvinegro vai marcar no seu campo e esperar o erro do rival para o contra-ataque

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Por Gonçalo Junior
Atualização:

A necessidade da vitória para se aproximar do líder vai fazer o Palmeiras atacar o Corinthians em Itaquera. Mas, como o técnico Alberto Valentim antecipou, o time vai pressionar “sem fazer loucuras”, com posse de bola e velocidade pelas laterais. Em casa, o Corinthians pretende esperar em seu campo e voltar a ser a equipe do contragolpe. 

 Embora o Palmeiras tenha feito dois treinos fechados ao longo da semana, o time tem jogadas ofensivas de destaque, que deram certo contra o Cruzeiro e serão repetidas no clássico de amanhã. Uma delas explora a velocidade e a facilidade do drible de Keno pelos lados do campo, na direita. Ele vai partir para cima de Guilherme Arana, que tem dificuldades no jogo defensivo e precisará da ajuda de Camacho na cobertura. 

Do outro lado do campo, outro duelo em que o Palmeiras pode levar vantagem: Dudu contra o lateral direito – Léo Príncipe ou Fagner (não treinou e tem poucas chances de jogar).

Apesar de não ser dos reforços mais badalados, Keno vem sendo importante para o Palmeiras ao longo do ano. Foto: Wether Santana / Estadão

O capitão alviverde está em boa fase e vai encontrar um setor comprometido. Outro trunfo do Palmeiras é a movimentação constante, ninguém tem posição fixa. Com isso, Keno pode jogar pela direita, confundindo os zagueiros. Isso deu certo nos últimos quatro jogos, com três vitórias e um empate. Se Willian for escalado como centroavante, o dinamismo se mantém, pois ele também sai da área; se for Borja, a equipe jogará mais com a figura do pivô. 

Valentim gosta de bola no chão. Em vez da busca pelo jogo direto, sempre com um pivô de costas (quase sempre Deyverson), como Cuca gostava de fazer, o Palmeiras tenta sair com passes, aproximações, mobilidade e triangulações.  O time vai querer ficar com a bola na Arena Corinthians. O treinador prefere manter esse padrão, independentemente do resultado parcial da partida. Em geral, são 500 passes por apresentação; com Cuca, o número era perto de 300. 

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Característica da equipe campeã de 2016, o Palmeiras voltou a marcar no campo do adversário. É outro expediente que deverá utilizar neste domingo. Na fase defensiva, os jogadores marcam em linha, ocupando espaços e bloqueando. 

CONTRA-ATAQUE

Depois de utilizar o 4-2-3-1 desde o início do ano, Carille vem encontrando dificuldades e precisa de mudança. O ataque foi o setor que mais piorou nos últimos meses e necessita de alternativas de jogo. O treinador pode tentar resgatar a saída pelos lados com os laterais e pontas que flutuam por dentro ou vão até a linha de fundo. Outro pilar tático de Carille é Jô, como pivô, ajeitando para os meias, ou como homem de área, responsável pela finalização. Tudo isso vinha dando certo, mas parou de funcionar. 

Clayson marcou dois gols na vitória do Corinthians sobre o Coritiba. Foto:

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Com a urgência de encontrar uma nova formação, Clayson vem ganhando espaço e pode ser o substituto de Jadson. Nos últimos jogos, ele conseguiu deixar o time mais imprevisível e se mostrou capaz de resgatar a criatividade do ataque. O problema é que o jogador não tem condições de atuar o tempo todo, segundo Carille. Por isso, ele pode ficar como arma para o segundo tempo. Mesmo por 60 ou 70 minutos, pode trazer problemas para a marcação de Egídio. 

Independentemente das peças, Carille precisa controlar o lado emocional dos atletas para voltar a ser mortal nas finalizações. No último clássico com o Palmeiras, o Corinthians concluiu três vezes, fez dois gols e ganhou a disputa.

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