Nobre ignora críticas sobre relação de agente com o Palmeiras

Dirigente nega preferência por jogadores de Eduardo Uram

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Por Daniel Batista
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O Palmeiras já tem certo quatro contratações para a próxima temporada: O goleiro Vagner, o zagueiro Roger Carvalho, o volante Rodrigo e o meia Régis. Desses, apenas o último não tem Eduardo Uram como agente e a relação do empresário com o clube faz com que muitos torcedores, e até parte da imprensa, critiquem as contratações. Em um ano, Uram já levou oito atletas para o time principal alviverde, sem contar os garotos na base. O presidente Paulo Nobre nega qualquer parceria com o empresário e diz que seu foco é buscar reforços, independente de quem sejam os representantes.

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"O Palmeiras tem portas abertas para todo bom jogador. Não vou ficar preocupado com o que fala Fulano ou Beltrano. O meu trabalho é reforçar o elenco e estar atento em todas as negociações, independente de quem seja o empresário", explicou o dirigente palmeirense, em entrevista exclusiva ao Estado.

Nobre explica que a Tombense, clube que tem Uram como dono e responsável por levar os jogadores para o Palmeiras, não tem apenas jogadores do agente. "O Palmeiras jamais vai deixar de contratar alguém por ser de um empresário. Com o advento da nova lei, não existe mais investidor no futebol e os grandes empresários acabam tendo um time para colocar seus jogadores e fazer negociações. A Tombense, que o Uram coloca seus jogadores, não tem atletas só dele. Outros empresários também colocam jogadores lá", explicou o presidente.

Paulo Nobre nega preferência por jogadores do empresário Eduardo Uram no Palmeiras Foto: Alex Silva/Estadão

Além dos três reforços, já chegaram ao Palmeiras através de Uram, Lucas, Vitor Hugo, Egídio, Rafael Marques, Alan Patrick (que antes de acabar o ano, já havia sido liberado para o Flamengo) e o volante Andrei Girotto, que já acertou com um time da segunda divisão do futebol japonês.

Outra questão que Nobre não parece preocupado é com a insatisfação de alguns jogadores. Os argentinos Allione e Mouche deram entrevista recentemente deixando claro que não querem ficar no ano que vem, por terem sido pouco aproveitados nesta temporada. O dirigente disse que, mesmo insatisfeitos, eles só deixarão o clube caso cheguem boas propostas.

"Negócio vai surgir quando aparecer coisa boa para os dois lados. O jogador pode querer ir embora, mas se ninguém quer contratá-lo, vou pegar todo o dinheiro gasto e jogar para o alto? Respeito a vontade do atleta, mas tenho que respeitar o clube e fazer as coisas pensando no melhor para a instituição", disse o dirigente.

Mouche foi contratado do Kayserispor, da Turquia, por cerca de R$ 9 milhões, enquanto Allione chegou do Velez Sarsfield por R$ 6 milhões. Os dois foram contratados graças ao presidente Paulo Nobre usar seu nome para conseguir empréstimo e acertar com a dupla. Meses depois, o dirigente acabou perdoando a dívida e em troca ficou com os direitos econômicos dos atletas.

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Apesar da insatisfação pública da dupla, Nobre diz que gostaria de vê-los no Palmeiras no ano que vem. "Algo que eu digo e vale para todos: Jogadores vão cumprir o contrato até surgir propostas que satisfaça o jogador e o clube e ponto final. Jogador insatisfeito porque não está iniciando os jogos vejo como algo positivo. Quero ter no elenco jogadores que queiram jogar mesmo", completou.

Mouche é sondado por clubes europeus, mas ainda não tem futuro definido. Allione está nos planos do Rosario Central, que tenta levá-lo por empréstimo, mas clubes italianos também já entraram em contato, já que o argentino tem passaporte comunitário.

Leia a primeira parte da entrevista com o presidente Paulo Nobre. Ele fala da relação com a Crefisa, patrocinadora do clube, revela a situação financeira do Palmeiras, fala sobre cotas de TV, preço dos ingressos em jogos no Allianz Parque, dentre outros assuntos. Para ler a entrevista, clique aqui.

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