Um dos maiores símbolos do Corinthians de todos os tempos, Zé Maria viveu situações distintas no Parque São Jorge. Em 1974, conheceu, segundo ele mesmo, a maior decepção da carreira ao perder a final do Campeonato Paulista para o rival Palmeiras. Três anos depois, o ex-lateral-direito foi peça fundamental na campanha vitoriosa no estadual, responsável pelo término do jejum de 23 anos sem títulos.
Em entrevista ao Estado, Zé Maria compara as duas situações e lamenta a saída do craque Rivellino poucos dias depois de o Corinthians perder para o Palmeiras a decisão disputada no Morumbi, fato que completa 40 anos. O corintiano também exaltou a presença de Oswaldo Brandão na campanha vitoriosa de 1977.
O que você lembra da final de 1974?
Se eu pudesse, eu apagaria do meu currículo. Foi uma decisão terrível. A maior decepção da minha vida. Fiz uma das piores partidas no Corinthians. Nem Corinthians e nem Palmeiras. Ninguém jogou bem naquele dia.
Como foi a pressão por causa do jejum?
A torcida sofria muito com gozação e nós queríamos dar o título para ela. A maioria dos jogadores do time, quase todos, eram corintianos mesmo. Na época, fomos fazer a preparação para a decisão em Águas de Lindoia e isso tirou o time do clima da decisão.
O clima era diferente do de 1977?
Em 1977, tínhamos o Oswaldo Brandão, o João Avelino e o José Teixeira, que orientaram muito os jogadores. Davam tranquilidade. O Brandão tinha sido o técnico do Palmeiras em 1974. Vencemos a Ponte e venceríamos de qualquer jeito sempre que precisássemos.
E a saída do Rivellino?
A única derrota do Vicente Matheus em todo o período dele no Corinthians foi a saída do Rivellino. O Corinthians perdeu muito com isso. Lembro que quando a gente fez o amistoso com o Fluminense, em fevereiro de 1975, eu e outros jogadores fomos até o Rivellino pedir desculpas por não ter feito nada para que ele continuasse no clube. O jogo foi no fim do ano e a negociação foi feita nas férias.