ONG denuncia morte de operários e atrasos em salários em obras da Copa da Rússia

Segundo Human Rights Watch, há irregularidades em seis das sete arenas visitadas

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Por Gonçalo Junior
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Dezessete operários já morreram desde o início das obras dos estádios da Copa do Mundo da Rússia. Além disso, os trabalhadores seriam vítimas de abusos e de exploração, especialmente com atrasos ou falta de pagamentos de salários, sem contratos legais e em condições insalubres. Em alguns casos, os operários trabalham em temperaturas inferiores a 25 graus negativos sem proteção suficiente. As denúncias foram feitas nesta quarta-feira no relatório publicado pela ONG internacional Human Rights Watch (HRW)

"Os operários que trabalham na construção dos estádios da Copa do Mundo são vítimas de abusos e de exploração, e a Fifa ainda não demonstrou sua capacidade de vigiar de modo eficaz, impedir e remediar os problemas", afirma Jane Buchanan, diretora da HRW para a Europa e Ásia central.

Estádio de Luzhniki será palco da abertura e da final da Copa do Mundo de 2018. Foto: Ivan Sekretarev / AP Photo

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A HRW afirma que visitou sete obras de estádios do Mundial e constatou irregularidades em seis deles - ao todo serão 12 arenas para a Copa. Buchanan afirma ainda que os trabalhadores entrevistados pela ONG indicaram que tinham medo de falar e que temiam represálias dos empregadores.

Por meio de um comunicado oficial, a Fifa rebateu as críticas. "A Fifa compartilha o objetivo da HRW de garantir condições de trabalho decentes nos locais de construção dos estádios do Mundial", diz a nota.

Recentemente, a Fifa também enfrentou reclamações de abuso e morte de operários nas obras da Copa do Mundo de 2022, que será realizada no Catar. As denúncias citavam até trabalho escravo na elaboração das obras de infraestrutura do futuro Mundial.

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