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Osorio, invicto, ainda causa polêmica no comando do México

Ex-técnico do São Paulo é questionado à frente de seleção

Foto do author Almir Leite
Foto do author Gonçalo Junior
Por Almir Leite , Gonçalo Junior e enviados especiais a Boston
Atualização:

O técnico Juan Carlos Osorio vive uma situação curiosa na seleção mexicana. Nesta Copa América, a equipe fez dois bons jogos, ganhou ambos e se classificou com antecedência para as quartas de final. No entanto, o colombiano recebe ainda uma saraivada de críticas por causa de uma "mania", bem conhecida dos torcedores são-paulinos, de mudar constante o time de uma partida para outra. Por isso, treinadores e ex-jogadores mexicanos reclamam.

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Osorio tem a oportunidade de mostrar se está certo hoje, na partida contra a Venezuela, que decide o primeiro lugar no Grupo C, às 21h no NGR Stadium, em Houston. Ambas as equipes têm seis pontos, mas os mexicanos têm saldo de gol melhor do que a supreendente equipe vinotinto (4 a 2) e, por isso, jogam pelo empate.

Mas o colombiano começa a ganhar o respeito dos comentaristas. Afinal, desde que assumiu a seleção mexicana, em outubro passado, fez nove jogos e ganhou todos, entre eles quatro pelas eliminatórias para a Copa da Rússia. "Ele não faz nada que não sabemos", diz Ricardo Salazar, do jornal Excelsior. "O que queriam? Que ele repetisse os (treinadores) anteriores?"

  Foto: Juan Carlos Cárdenas | EFE

Entre técnicos mexicanos e ídolos do futebol do país, porém, há resistência. "Se fosse mexicano, seria o ideal para a seleção. Como não é, é o técnico ideal para a seleção colombiana", opinou o ex-atacante Hugo Sanchez. "Há técnicos melhores no México'', entende Tomás Boy, técnico do Cruz Azul.

Osorio se defende dizendo que muda o time conforme o adversário – não repetiu a equipe uma vez sequer nas nove partidas feitas até agora – e, na Copa América, também para dar um descanso aos mais desgastados. E já caiu nas graças dos jogadores, algo que celebra. "O mais importante para mim foi ganhar a confiança dos jogadores, porque é por meio deles que podemos realizar aquilo que planejamos", disse após a vitória por 2 a 0 sobre a Jamaica.

Os jogadores realmente parecem estarem fechados com o treinador colombiano. "O professor é muito específico na forma como trabalha com a gente. Ele nos dá elementos, coisas que devemos pensar atenção", diz o atacante Raúl Jimenez. "Essa dinâmica nos faz dar 100%, porque não sabemos quem vai jogar. Um dia usa uma linha e no dia seguinte muda completamente. Ele nos obriga a estarmos preparados."

Outro atacante, Peralta, também elogia Osorio. "Temos ideia do que o técnico quer. É importante também que nosso grupo é formado por jogadores acostumados a ganhar", diz.

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Osorio vai mudar mais uma vez o time para enfrentar a Venezuela. No gol deve escalar Jesus Corona, o terceiro goleiro em três jogos – Talavera jogou nos 3 a 1 sobre o Uruguai e Corona nos 2 a 0 sobre a Jamaica. E a defesa pode ser armada com linha de quatro e não três zagueiros como nos jogos anteriores.

Na Venezuela, país em profunda crise social e política, os jogadores falam em obter um bom resultado para oferecer ao povo. "Queremos vencer para que as pessoas possam ter um pouco de alegria", disse o zagueiro Velázquez.

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