Os abraços e beijos dos jogadores do Palmeiras na comemoração do 1 a 0 sobre o Coritiba, no Pacaembu, traduziram a importância do placar. Com a primeira vitória do técnico Ricardo Gareca no Campeonato Brasileiro, o time saiu da lanterna e dormiu fora da zona de rebaixamento com as cinco posições que ganhou na tabela. Além disso, interrompeu os dez jogos sem vitória e ganhou certo alívio para celebrar o centenário.
A vitória encerrou um dia feliz para os palmeirenses. À tarde, milhares participaram de um evento de celebração do centenário na Praça da Sé, local da fundação do clube. A festa terminou no jogo da noite e, nos dois eventos, o orgulho das glórias de cem anos foi maior que a angústia da crise atual. Foi por isso que os jogadores se abraçaram perto do círculo central antes do jogo por alguns segundos. Foi naquele momento que começaram a ganhar o jogo.
O clima de urgência pelo gol e pela vitória estava escancarado no planejamento do técnico, que escalou quatro jogadores de frente: Allione, Mouche, Henrique e Leandro. Na esquerda, trocou Victor Luis pelo criticado Juninho.
Com tanta gente adiantada, o Palmeiras espremeu a saída de bola paranaense, sufocou desde o início e conseguiu assustar o rival com um chute forte de Leandro aos 8 minutos. Os zagueiros não tiveram problemas para anular o inexpressivo Keirrison e o estabanado Zé Love. Sem Alex, contundido, o Coritiba é uma equipe acéfala.
Ironicamente, nenhum daqueles quatro jogadores participou do primeiro gol. Foi o volante Marcelo Oliveira quem construiu uma linda jogada, digna da velha Academia. Driblou três e deu passe mais que perfeito para Juninho marcar. Sim, o lateral que havia pedido para sair do clube e estava estagnado no banco de reservas abriu o marcador. Foi sua redenção.
No final do primeiro tempo, reapareceu a importância daquele abraço coletivo no início. Não era uma partida só de tática ou de prancheta. Era de doação, vibração e garra. Nisso também o Palmeiras foi melhor. Foi vibrante, mas leal. Dividia – e ganhava – a maioria das bolas. Briga pelos três pontos.
O Coritiba errou na dose de intensidade. No final do primeiro tempo, o zagueiro Leandro Almeida deu um carrinho em Mouche e foi expulso. Ficou livre o caminho da vitória.
Ou quase isso. Mesmo com um a mais, o Palmeiras não estava tranquilo. A entrada de Geraldo trouxe problemas para o lado direito. Henrique e Mouche participavam pouco do jogo. A equipe demorou 26 minutos para fazer uma boa jogada na segunda etapa, mas Henrique desperdiçou outro bom lance de Juninho.
Intranquilo, o Palmeiras voltou a respirar sua crise com os erros de passe de Wesley e os vacilos de Tobio, Curiosamente, o Coritiba era perigoso e quase empatou com Elber, aos 39. O sofrimento só acabou no apito final. E virou uma pálida esperança de que as coisas serão menos dolorosas no próximo jogo.
FICHA TÉCNICA:
PALMEIRAS 1 X 0 CORITIBA
PALMEIRAS - Fábio; Wendel (Gabriel Dias), Lúcio, Tobio e Juninho (Victor Luís); Marcelo Oliveira, Wesley e Allione; Leandro, Mouche (Mendieta) e Henrique. Técnico: Ricardo Gareca.
CORITIBA - Vanderlei; Reginaldo, Leandro Almeida, Welinton e Dener Assunção; Baraka, Hélder, Zé Rafael (Geraldo) (Elber) e Robinho; Zé Eduardo e Keirrison (Luccas Claro). Técnico: Celso Roth.
GOLS - Juninho, aos 13 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO - Marcos André Gomes Da Penha (ES).
CARTÃO AMARELO - Marcelo Oliveira, Leandro, Tobio, Wendel, Gabriel Dias, Henrique (Palmeiras); Baraka, Welinton, Robinho, Zé Eduardo (Coritiba).
CARTÃO VERMELHO - Leandro Almeida (Coritiba).
RENDA - R$ 715.310,00.
PÚBLICO - 18.461 pagantes (20.522 presentes).
LOCAL - Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).