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Para presidente, Macaé será uma surpresa no Brasileirão da Série B

Em entrevista exclusiva, Teodomiro Bittencourt Filho, o Mirinho, fala do poder de superação da equipe do Rio de Janeiro

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Por Ronald Lincoln Jr
Atualização:

Depois de bater na trave algumas vezes, o Macaé, clube do litoral norte do Rio de Janeiro, enfim conquistou o sonhado acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. A equipe chegou às quartas de final da Série C sob desconfiança por ter feito uma campanha irregular na primeira fase, mas conseguiu crescer nos momentos decisivos. O Leão, como o clube é conhecido, superou o favoritismo de Fortaleza e CRB para chegar à decisão contra o Paysandu. Após empatar em casa por 1 a 1, o time conseguiu um 3 a 3 no jogo de volta e, desta forma, chegou ao título, calando os quase 40 mil torcedores que lotaram o estádio Mangueirão, em Belém. Em entrevista exclusiva, o presidente de honra e fundador do clube, Teodomiro Bittencourt Filho, o Mirinho, falou do poder de superação do time, que tem uma folha salarial mensal de R$ 150 mil, uma das menores do campeonato. Ele enfatizou que o Macaé pretende no próximo ano conquistar uma vaga na Série A, além de quebrar a hegemonia dos grandes do Rio. Confira os principais momentos da conversa:

Macaé se sagrou campeão da Série C diante de 37 mil torcedores do Paysandu Foto: Tiago Ferreira/Divulgação

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O Estado de S. Paulo - Qual foi a sensação de finalmente chegar à Série B? Mirinho -

Eu estava na decisão, foi uma partida emocionante, bonita, os times jogaram muito bem. O título foi merecido por nossa luta. Desde que acabou o Campeonato Carioca, nós começamos a preparar o time. Veio a Copa do Mundo e nós ficamos dois meses só treinando. No fim deu certo, e as contratações também.

O Estado de S. Paulo - 

A população de Macaé está apoiando a equipe?

Mirinho -

A cidade está completamente em festa. Nós fizemos uma grande carreata com os jogadores, rodamos a praia toda. O prefeito esperou a delegação chegar para nos acompanhar. Devia ter uns 500 carros seguindo o trio elétrico. E no dia do jogo (contra o Paysandu) a cidade também parou. Nos bares, restaurantes e lanchonetes com televisão todo mundo assistiu. Foi algo inédito.

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O Estado de S. Paulo - 

Qual é a folha salarial mensal do Macaé em 2014?

Mirinho -

R$ 150 mil. É a folha mais barata da Série C. Inclusive, como titulares nós tínhamos quatro macaenses que vieram da base. Quem fez o gol do título foi o Diego, nascido e criado ao lado do nosso estádio.

O Estado de S. Paulo - 

O clube tem um centro de treinamento próprio?

Mirinho -

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Ainda não. O Macaé ganhou (uma área de) 38 mil metros quadrados da gestão passada da prefeitura e já está tudo de papel passado. A gente deve começar a fazer a obra do nosso CT agora em janeiro.

O Estado de S. Paulo - 

Pensando em 2015, você planeja trabalhar apenas para se manter na Série B ou acredita que dá para chegar à Série A?

Mirinho -

Nós não estamos indo para a Série B para fazer figura. Estamos indo para a Série B para ficar entre os quatro (melhores). No ano que vem, quando você me ligar para fazer entrevista, nós estaremos na primeira (divisão) do Brasileiro. Não estamos de brincadeira.

O Estado de S. Paulo - 

Você espera contar com um grande investimento para a próxima temporada?

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Mirinho -

Agora só estamos comemorando. Uma coisa você pode esperar: um time muito forte do Macaé para o Campeonato Carioca. Será o nosso oitavo ano na Série A do Carioca.

O Estado de S. Paulo - 

O Macaé pode quebrar a hegemonia dos quatro clubes grandes do Rio?

Mirinho -

Acho que o Macaé vai chegar entre os quatro melhores do Campeonato Carioca. Fomos os sétimos na última temporada, à frente do Botafogo. A responsabilidade agora é maior porque o clube está muito visado. Então temos de fazer um grande time para representar a nossa cidade bem.

O Estado de S. Paulo - 

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O senhor prevê uma reformulação no time e na comissão técnica que conquistaram a Série C?

Mirinho -

Reformulação não. Vou manter vários jogadores. De 70 a 80% deles. Só não vai ficar no clube quem não quiser. Tem jogador que está emprestado ao clube, vamos lutar para manter os empréstimos. Se não tiver jeito, não tem jeito. A comissão técnica está toda mantida, só não fica quem não quer.

O Estado de S. Paulo - 

O senhor torce para outro time além do Macaé?

Mirinho -

Sou até hoje torcedor do América do Rio. Tenho escudo do time em casa, tenho bola, um monte de coisa. Mas o Macaé está na minha vida há 20 e tantos anos. Eu sou o fundador desse clube e presidente de honra. Esse time nasceu na mesa da minha casa.

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