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Parceiro do São Paulo foi fundado em abril; presidente responde à Justiça

Empresa está registrada há dois meses, sócio é acusado de discriminação religiosa

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Por Fernando Faro
Atualização:

SÃO PAULO - A Busca Serviços Digitais, empresa parceira do São Paulo para o novo serviço de compras online, foi fundada há dois meses e praticamente não tem clientes. O Estado consultou o CNPJ da empresa e descobriu que a data de abertura legal é no dia 8 de abril. Segundo Felipe Dorneles, um dos sócios, isso acontece porque a Busca é a fusão legal entre a Piggli, site especializado em e-commerce e descontos na internet, e o Grupo Villela, conglomerado empresarial do Rio Grande do Sul presidido por Renan Lemos Villela, que esteve no evento no Morumbi nesta quarta. Ele rebateu as insinuações que começaram a circular na internet de que a empresa era apenas de fachada. "A ferramenta tem quase um ano de desenvolvimento, quem desenvolvia era a Piggli e quem fechava os contratos da Villela. Essa é a diferença entre a mentalidade do Brasil e dos Estados Unidos; aqui as pessoas tendem a achar que é uma empresa de fachada, mas estamos falando de uma start-up", explica Dorneles. O executivo explicou que o serviço só não foi expandido para outros clientes porque o São Paulo assinou o contrato primeiro e ganhou dois meses de exclusividade no serviço. No entanto, a empresa já oferece um site praticamente semelhante chamado Busca na Fé, destinado ao público religioso. "Já temos contratos assinados com diversos clubes e outros parceiros; assim que passarem os 60 dias passaremos a divulgar os demais contratos", prometeu Dornelles.PRESIDENTE NA JUSTIÇASócio majoritário da Busca Serviços Digitais e presidente do Grupo Villela, Renan Lemos Villela responde a uma ação na Justiça por discriminação religiosa. Segundo relatos de funcionários, o executivo, que é evangélico, obrigava todos a participar de cultos semanalmente independentemente da religião de cada um. Procurado pela reportagem, o grupo diz que a ação foi movida por empresários demitidos do grupo que agiram em represália à empresa.

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PARCERIA MANTIDAO São Paulo foi procurado pela reportagem e disse estar "monitorando" os acontecimentos. Segundo o departamento de comunicação do clube, a parceria está mantida e deve ser lançada no prazo de até dez dias. O Busca São Paulo promete ser um site que ajudará o torcedor a comparar preços de qualquer tipo de produto e que dará 10% do valor total pago ao clube, que usará esse dinheiro para melhorias no clube e no departamento de futebol. Segundo o presidente Carlos Miguel Aidar, o Tricolor pode lucrar até R$120 milhões. "O São Paulo Futebol Clube informa que a negociação do contrato anunciado hoje com a Busca Serviços Digitais Ltda correu absolutamente dentro da legalidade e da normalidade, não tendo o clube conhecimento de qualquer fato que desabone a empresa", declarou o clube por meio de sua assessoria de comunicação.

(*atualizada às 19h14)

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