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Paulinho passa por má fase e deixa de ser fundamental

Queda de rendimento do volante, que há um ano era considerado vital para a seleção, é motivo de preocupação para Felipão

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Por Redação
Atualização:

Paulinho passou a ser considerado peça-chave para a seleção brasileira por Luiz Felipe Scolari um ano atrás, durante a Copa das Confederações. Sua capacidade de ajudar na marcação, o bom passe e a facilidade para chegar à área adversária para concluir jogadas, além de ser bom cabeceador, seduziram o treinador. O problema é que ele não vem fazendo nada disso. Anda perdido em campo, nos jogos e nos treinos, desde que a seleção se apresentou para a Copa. E parece estar mal fisicamente. A má fase do volante é resultado da temporada irregular no Tottenham, sua primeira no futebol inglês e que começou justamente depois da Copa das Confederações. Após bom início, Paulinho caiu muito de produção e ainda sofreu uma contusão no tornozelo direito no final no ano passado. Na volta, após um mês, não estava bem tecnicamente e chegou a ser barrado pelo técnico Tim Sherwood. Mesmo assim, Felipão continuou acreditando nele. No início de abril, durante visita à Inglaterra, encontrou-se com Paulinho e garantiu que ele estaria na Copa. Foi uma forma de dar tranquilidade ao volante. "Eu disse a ele que, apesar de não estar jogando, não se preocupasse. Que ele é meu titular", revelou o treinador recentemente. "Eu precisava estimulá-lo."

Paulinho não passa por boa fase neste ano de 2014, e deve ser sacado por Felipão Foto: Wilton Junior

Mas Paulinho até agora não correspondeu à confiança. Chegou a ficar de fora do jogo com o Panamá por machucar o tornozelo numa dividida com o franzino Bernard durante um treino na Granja Comary e, nos jogos que fez a seguir, não rendeu bem. Anteontem, contra o México, por exemplo, errou muitos passes, não apareceu de surpresa na entrada da área adversária, posicionou-se mal quando a equipe brasileira atacava e ainda deixou um buraco entre ele e Luiz Gustavo, que teve trabalho dobrado para tentar cobrir os espaços deixado pelo ex-corintiano.Evolução? O jogador, porém, discorda dos críticos. Entende que fez boa partida diante dos mexicanos. "A seleção estava mais solta e eu consegui jogar. Foi importante para mim e para a equipe", analisou o jogador, que parecia pouco disposto a comentar sua atuação e a do time brasileiro. Paulinho, na realidade, sabe que não está agradando ao chefe e sente-se pressionado. Com a posição em risco, diz que sua maior preocupação é coletiva e que, numa Copa do Mundo, o aspecto individual tem de ficar em segundo plano. "Vou continuar fazendo meu papel. O Brasil precisa não somente de mim, mas de todos os jogadores que estão aqui", disse. Felipão está insatisfeito com o rendimento de Paulinho principalmente em relação à função ofensiva do jogador. Contra adversários que se fecham bastante, o treinador esperava mais participação do volante como homem-surpresa, vindo de trás para tentar o chute. Paulinho tem feito isso pouquíssimas vezes durante as partidas, de certa forma porque tem se posicionado de maneira equivocada. Contra a Croácia, o nervosismo da estreia, aumentado pelo fato de a seleção brasileira ter saído em desvantagem no placar, serviu como uma atenuante para Paulinho, por seu fraco rendimento. Mas, contra o México, o clima era favorável e, quando a partida se mostrou complicada, ele não conseguiu dar à seleção a contribuição que Felipão entender ser necessária. Ritmo ruim. Ninguém na comissão técnica da seleção admite claramente, mas Paulinho dá sinais de não estar na condição física ideal, embora não tenha deixado de se esforçar durante as partidas. Correndo, o volante está. Contra o México, percorreu 10,3 quilômetros e esteve em todos os setores do campo, mas chegou pouco na área adversária. Foi até mais ousado no primeiro tempo, mas na etapa final parecia totalmente perdido. Mesmo assim, Felipão não o tirou do jogo. Essa falta de ritmo, que estaria contribuindo para o futebol ruim, pode tirar Paulinho do time já na partida contra Camarões.

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